sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Chile

Michele Bachelet foi eleita no Chile na década de 2000.

Eu e Rodrigo estávamos por lá nas vésperas das eleições. Nem parecia que havia uma campanha correndo por lá.

Do Chile, guardo fotos lindas das águas das geleiras, dos vulcões, dos museus das antigas civilizações. E uma lembrança viva da brisa gelada batendo no rosto.

Contemplação.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Pequeno Ditador

Nos anos 2000, alguns canditatos a ditadores de esquerda foram eleitos na América Latina. Sobre Chavez, não precisamos nem comentar. Outros ensaiaram mais discretamente conseguir um número de reeleições maior do que as inicialmente acordadas: Uribe, Morales e até o próprio Lula.

Na minha casa, o pequeno candidato a ditador se chama Nicolau. É um Bichon Frizé que ganha todo mundo na base do charme. Carente profissional, ele chega a falar com sua pata direita: "pare de trabalhar me faça um carinho!" Então ele mantem a pata bem firme em cima do nosso braço, como quem diz: "estou falando sério, você não entendeu?".

Então ele pega um pedaço do osso de couro de boi que ele já espatifou inteiro, joga pra cima, rosna, se faz de bravo. Daí olha pra gente com cara sorridente e rabinho enrolado abanando. Não tem como resistir...

E foi dessa forma que ele foi conquistando o lugar no sofá, o direito de deitar na cama e várias refeições extras por dia.

Já sei que precisarei trabalhar bastante minha autoridade antes de resolver ter filhos.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Blogs

Blogs são um fenômeno da década de 2000. Assim como os reality shows, o que deve ter alguma relação.

Meu primeiro blog, o Caixa de Pandora, era quase igual a esse aqui. Pensei que eu tivesse me transformado em uma nova mulher e criei um blog novo. Um belo dia percebemos que somos os mesmos (e que, realmente, vivemos quase como nossos pais).

Antes de ter um blog, você acha que não faz sentido essa coisa de ficar escrevendo sobre você mesmo ou publicando coisas que você pensa e aguardar pelos comentários dos amigos reais e virtuais. Não faz muito sentido pra quem nunca fez. Além de ser muito narcisismo (demais para você admitir que também tem). Mas um belo dia você começa, só pra ver como é que é...

Daí você vai percebendo os impactos da experiência de ter um blog na sua vida cotidiana. Já criei várias teorias a respeito do meu: me faz ter mais olhares positivos sobre o meu dia-a-dia (afinal preciso ter algo de útil pra postar), retirar mais significado das coisas, exercitar meu poder de metaforizar, manter o hábito da escrita, poupar histórias numa grande caderneta de memórias para contar aos filhos e netos.

Já disse antes: sou grata por ter nascido pra ver e usufruir de tudo isso que está acontecendo.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Todos juntos

A Europa lançou o Euro como moeda comum na década de 2000.

Eu, antes de ser feliz para sempre, juntei "todas as pesoas importantes da minha vida" naquele aniversário.

Foi bem legal!

Estrange, but true.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Felizes para sempre

A década de 2000 foi marcada pela expansão da telefonia fixa e do uso de celulares. Que bom! Assim eu pude receber vários SMSs dessa coisa boa que aconteceu na minha vida!

Conheci esse homem graças a uma trágica formatura em 2002, seguida por uma outra que se auto-destruiu em poucos minutos em 2003. Uma porta se fechou na minha cara e outra bem mais legal se abriu, precisando, de minha parte, apenas de uma pequena torção da fechadura - na forma de um e-mail, após a leitura de muitas crônicas e uma pequena autobiografia.

Estamos felizes para sempre.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A Queda das Torres Gêmeas

Foi na década de 2000 que o terrorismo se estabeleceu definitivamente como força política. Que relação pode isso ter a ver com a vida de uma pacífica mulher brasileira de 30 anos, sem religião definida? Muita coisa.

Nos anos 2000 muitas forças clandestinas que eu mantinha sob o olhar atento e hegemônico do meu implacável alter-ego exigiram seu espaço de existência. Assim, alguns dos meus World Trade Centers não tiveram outra opção senão vir abaixo.

1) o divórcio temporário de meus pais derrubou uma das torres e me empurrou para a terapia.
2) feedbacks arrasadores de colegas de trabalho me empurraram para a SBDG (Sociedade Brasileira das Dinâmicas dos Grupos) e esta se encarregou de aniquilar grandes crenças equivocadas que eu mantinha com carinho.
3) e finalmente, nos anos 2000 eu cedi à força da identidade que sempre gritou para que eu me consagrasse educadora - coisa que eu nunca sonhava me permitir.

Deixei de ser mais uma prepotente para me tornar "apenas" - e deliciosamente - potente.

Na medida do possível.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Redefinindo Ambição

Enquanto a economia mundial passava por seu mais longo período de prosperidade (até 2007), eu tentava de toda forma me tornar uma boa empreendedora e uma boa administradora.

Fui fazer Empretec, tomei surra até não poder mais, sendo memorável aquela experiência traumática da negociação do sapato. Chorei muito naquele dia.

Depois fui fazer GV. Aprendi muitas coisas extremamente valiosas, especialemente quando usadas em organizações com uma mega estrutura e um bom dinheiro para investir. Até tentei usar parte daquele conhecimento nos negócios que tive na vida mas, no geral, esse conhecimento sempre foi muita areia para o meu caminhãozinho.

Hoje vejo que sempre faltou em mim uma coisa essencial para alguém que tenha pretenção de tocar um negócio: não sou uma pessoa movida pela ganância, pelo menos não essa material.

Não se trata de não gostar de dinheiro. Gosto de ser reconhecida pelo meu trabalho e tenho gostado das coisas que tenho conseguido comprar em meu benefício.

Mas quem me conhece sabe que se eu tiver que escolher entre dinheiro e valores, dinheiro e solidariedade, dinheiro e paz, dinheiro e desenvolvimento... bem, dinheiro perde todas as batalhas.

Minha maior ambição é abstrata, conceitual, moral, arquetípica.

Ter nascido Aquário com ascendente em Peixes não poderia passar assim, tão impunemente.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Viagens de aventura

Nos anos 2000 foram aprofundadas as preocupações ecológicas mundiais, com a ameaça do aquecimento global se fazendo presente em diversos eventos do noticiário.

Foi nessa época que eu estive mais próxima da natureza, graças àquele mesmo namorado (que também se envaidecia de ser um às nas trilhas).

Assim eu conheci a Ilha Grande, Bonito, o PETAR e fui andar um pouco de bicicleta em Toronto.

São experiências que enchem os olhos e o coração da gente.

Mesmo muito tempo depois.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Logoali.net

Foi na década de 2000 que internet se consolidou como veículo de comunicação em massa.

Isso, atrelado ao fato de eu ter feito curso técnico em eletrônica, graduação em comunicação e ter sido tocada pela possibilidade tornar-se empreendedora sem a necessidade de um alto investimento, foi responsável pela minha primeira iniciativa de negócio: o www.logoali.net.

Existe uma história oculta e não tão charmosa na criação do logoali, mas que o torna extemamente significativo na minha vida. O logoali me salvou de um prenúncio de depressão.

Na época, eu tinha um namorado daqueles, só para simplificar, ótimo em tudo! Um hiperativo que direcionou todas as suas energias para se tornar uma pessoa bem sucedida e admirada. E sempre conseguiu exatamente o que tinha planejado para si.

Vivíamos numa relação, em muito induzida por ele, competitiva. Foi difícil pra mim perceber que aquilo que começou como uma característica de introspecção e maturidade que me diferenciava dele, ao final de tudo, tinha se transformado em melancolia. Eu terminei ofuscada, efetivamente convencida de que nunca poderia ser páreo para tamanho talento.

Foi aí que começou a descida da ladeira. Negação total, mesmo das coisas que eu sempre fiz bem. Estava, no meu imaginário, me transformando num verdadeiro trapo.

Foi então que eu tive essa idéia e meu pai a apoiou com um entusiasmo fora do comum. Comecei a agir ao invés de pensar; a me colocar à prova, ao invés de me analisar. Comecei a perceber que, afinal, eu servia pra algumas coisas.

O logoali acabou, mas eu segui em frente (deixando o namorado pra trás).

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Anos 2000

O anos 2000 foram anos de expansão, reclassificação, alinhamento, novas certezas.

São encontrados dois novos planetas-anões no sistema solar e plutão é rebaixado para se juntar ao grupo. Também é descoberto o primeiro planeta possívelmente habitável fora do sistema solar. E é confirmada a existência de água em Marte.

Aqui na terra, minha vida se expandiu em muitas viagens, alguns negócios, redirecionamentos na carreira, novas amizades e várias aprendizagens sobre o que realmente importa para mim.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Editora da USP

E eis que o último post dos anos 90 vem falar de uma experiência que terá reflexos ao longo de toda a próxima década.

Trabalhei na Editora da USP.

Lá soube o que era trabalhar numa repartição pública. Lá soube o que era ter uma chefe maluca-beleza. Lá soube o que era estruturar um departamento de marketing amador. Lá soube que o empreendedorismo está ao nosso alcance.

Durante os seis meses que fiquei ali, tive uma amostra de vários caminhos que segui ou cogitei seguir mais tarde. Também expandi os limites do meu gosto estético.

Não poderia deixar de fazer essa última menção honrosa, antes da década acabar.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Voz Ativa

Eu fui representante discente no Conselho de Graduação da USP.

Tive que responder por essa desobediência civil numa reunião do C.A. da ECA. Em outros fóruns respondemos aos que achavam que participar das decisões com número tão baixo de alunos era legitimar o que não deveria ser legitimado. Preferiam não ter representantes (o que equivale a não serem ouvidos).

A Voz Ativa foi uma experiência bem legal. Foi possível perceber quais são os truques que os autoritários inteligentes usam para tornar a democracia mais favorável. Também foi uma oportunidade de entender um pouco melhor as forças que compõem a esquerda brasileira e de exercitar a participação.

Foi uma época em que ouvi tiradas memoráveis relacionando regimes políticos aplicados a uma república de estudantes. As Ciências Sociais trazem um repertório magnífico para o humor.

Fazendo uma análise a posteriori, os meninos do C.A. tinham razão a respeito da nossa pretensa representatividade. Assim como nós tínhamos razão a respeito da pretensa representatividade deles.

Éramos, de certa forma, um pequeno retrato do tipo de cultura democrática que, nós brasileiros, temos como sociedade: votamos e torcemos para que os eleitos tenham entendido nosso recado. Que recado? Só deus sabe!

E nós, com todo o excesso de material de pauta para ser lido, encaminhado aos 45 do 2º tempo, fizemos o que pudemos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cuba

Também fui pra Cuba na década de 90.
Fidel ainda estava inteirão, tinha feito um discurso de 4 horas alguns dias antes de eu chegar.

As pessoas achavam engraçado alguém que fazia publicidade querer conhecer Cuba. Também achavam engraçado alguém que fazia publicidade se interessar por movimento estudantil. Às vezes é a primeira metade da frase que contém o erro.

Tirei fotos incríveis durante minha estada por lá. Me senti a própria Sebastiana Salgado. Em Havana, claro. Varadero é uma bobagem. Mas valeu pela cor do mar.

Cuba foi a primeira viagem que fiz convictamente sozinha. Encontrei um amigo antigo na fila do aeroporto, mas não saímos juntos por mais de dois dias.

E me senti em casa, em todos os momentos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

ECA-USP

Nos anos 90, a Universidade de São Paulo já não era mais a mesma (e a gente viveu um pouco de seu sucateamento).

Na minha primeira semana de ECA fui parar no jornal. Não estávamos tendo aulas por falta de professores e eu sou toda esquentadinha com essas coisas de "direitos". Fiz protesto, fui entrevistada e meu depoimento foi publicado no Zap, do Estadão.

Continuei esperneando durante o restante do curso, pois as decepções vinham de baciada. Isso que dá ser uma pessoa ávida por conhecimento matriculada num curso picareta. Se deu melhor quem gostava de cerveja...

Mas fiz algumas coisas interessantes: li um texto do Baktin que mudou a minha vida, fizemos uma pesquisa bem interessante sobre gôndolas de supermercados, analisamos um artigo de jornal buscando elementos de persuasão, fiz um retrato cubista dos pontos de ônibus da cidade universitária, escrevi um outro final para um conto do Guimarães me esforçando para utilizar a mesma linguagem dele.

Também fizemos uma campanha contra o trote violento que fortaleceu laços de amizade absolutamente essenciais para mim até hoje. Por causa dela, mais 15 minutos de fama numa entrevista memorável dada à CBN e à Band (nessa última, se não me engano, foi que coloquei o entrevistador "em seu devido lugar"). Eu era braba...

E minha apresentação do TCC confirmou isso. Tentei ser polida, mas não deixei de falar para um dos caras mais respeitados da minha banca que ele não tinha lido meu trabalho direito pra me fazer uma pergunta daquelas. Naquela ocasião, meu orientador confessou que dava um certo medo de mim, quando eu resolvia encrencar com alguma coisa.

Com o tempo eu fui ficando mais macia. Uma grande amiga minha diz que a maneira como a pessoa se relaciona com o mundo é reflexo da maneira como se relaciona consigo mesma.

De fato: foram acontecimentos da década seguinte que me fizeram olhar para a vida de uma forma mais maleável.

Na época da faculdade eu ainda não tinha percebido o quanto era refém de mim mesma.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Me preparando para o vestibular

Na década de 90, a Fuvest resolveu inovar nas propostas de redação. Muita gente chiou, mas eu achei um ótimo. O mundo estava começando a ficar com a minha cara. Quem sabe eu não tinha mesmo chances de entrar na USP, apesar do curso técnico?

Meu ano de cursinho foi um dos mais cansativos e felizes da minha vida.

Eu devorava aquelas aulas de história geral, história do brasil, geografia e literatura do Anglo. Era como reencontrar amigos queridos que há muito tempo eu não via. E como eram inteligentes, bons de papo, bem humorados, esses meus amigos! Nem sentia o tempo passar.

Meu combinado comigo era aprender o máximo durante as aulas. Não me propunha a estudar nada fora do horário, mesmo porque eu estudava no SENAI das 6:15 às 16:45 (pra aprender desde cedo a ser peão). Era aprender ou largar.

Eu tinha dois melhores colegas no cursinho. Dois que estavam ali pra valer, como eu. Foi com um deles que eu assisti ao show do U2, algum tempo depois.

Foi no cursinho que aprendi a tomar chá mate. Promoção: 1 mate e dois pães de queijo na lanchonete da rua ao lado. E era baratíssimo.

Um dia em que eu voltava do cursinho, a lua estava gigante e minha música preferida começou a tocar no rádio. Era um sinal de que tudo ia dar certo.

E tudo deu certo.

(detalhe: passei no vestibular com maior número de acertos nas matérias de humanas - praticamente gabaritando história e português na segunda fase. Um feito incrível para quem tinha emburrecido durante 4 anos nessas disciplinas...)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Como deixei de ser técnica

Na década de 90 morreram Cazuza, Renato Russo, Ayrton Senna, Mamonas Assassinas... Morreu também uma futura técnica de automação da manufatura.

Foi na aula de literatura que isso aconteceu. Péssima era pouco: aquelas aulas eram abaixo de qualquer crítica. Vejam se faz algum sentido terminarmos todo o conteúdo de literatura um semestre antes do curso acabar, sendo que a carga horária de humanas é extremamente reduzida no curso técnico. Mas foi isso que a professora declarou que aconteceu.

De forma que, no último semestre, ela nos deixou livres para "criar nosso próprio movimento cultural-literário". Poderíamos falar sobre qualquer coisa, de qualquer forma que quiséssemos. Depois ela informou que poderíamos fazer qualquer coisa com aquilo que tínhamos ou não tínhamos feito (não seria mais preciso entregar ou apresentar o trabalho).

Mas o fato é que eu decidi fazer um vídeo. E aquilo foi um divisor de águas na minha vida. Há anos não tinha tanto estímulo para fazer alguma coisa. Certamente era melhor do que programar robôs e projetar circuitos...

E foi assim que dei uma guinada na vida e fui prestar vestibular em comunicação. Queria fazer cinema, mas eram cinco as disciplinas na segunda fase da Fuvest, contra duas da publicidade. E eu tinha clareza do quanto teria que remar para ter alguma base mínima para passar no vestibular.

Como consegui é tema para outro post.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Estágio no IPT

Durante meu estágio no IPT, eu construi um leitor parecido com o que hoje reconhece as placas dos carros para multar. Orgulho do papai!

Vi a galera comer muito "arroz selvagem" e suco de "tutti frutti" às sextas-feiras no restaurante da firma. Sem contar o insuperável sorvete interativo (sua imaginação define o sabor da sobremesa - fantástico!). Mas também tínhamos bons momentos (a sopa de queijo no inverno era demais!).

Fiz bons amigos que hoje não vejo mais.

Alguns with benefits.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Inglaterra

Houve uma forte onda de Pagode nos anos 90.

Minha mãe quis me afastar disso e me mandou pra Londres, pra oxigenar um pouco a cabeça e olhar pra tudo em perspectiva. Funcionou. Foram 6 semanas de solidão que me salvaram de uma das vidas que eu poderia ter tido.

Não foi fácil. Eu era, realmente, uma estrangeira. Uma turista. Eu não cabia. Vi tantas coisas legais, conheci tanta gente, mas era como se eu estivesse alheia a tudo, numa bolha.

Lá eu não fui cosmopolita e independente como eu me orgulharia de ter sido. Lá as minhas velhas táticas não funcionavam. Lá eu não conquistei tudo o que quis. Lá eu poderia ter fortalecido algumas boas amizades. O problema é que lá, bem no fundo, eu queria estar aqui.

Mas eu não estava aqui, então eu tive que me virar.

Com isso descobri que eu sou capaz de me adaptar. Descobri que os limites que parecem existir pras nossas ações são, muitas vezes, criados por nós mesmos (e há muito terreno do outro lado da cerca). Me comportei de formas diferentes que ainda continuam disponíveis, se assim eu escolher.

A Inglaterra me ampliou os horizontes em todos os sentidos. Fez com que eu me encontrasse, pelo meu oposto.

E fez com que eu voltasse ainda mais brasileira, mas gostando menos de pagode.

Assim, alguns dias depois, eu fiz o que tinha que fazer...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

São Pedro

Enquanto as distâncias iam diminuindo para a informação e para a economia, eu começava a percorrer algumas distâncias maiores, contadas em milhares de quilômetros.

Nos anos 90, minha mãe se exonerou do estado. Isso fez um bem danado para a renda familiar e nos possibilitou viajar para lugares diferentes de Ribeirão Preto e Franca, casa dos meus avós e primas.

A primeira vez que eu andei de avião eu o dirigi. Foi num teco-teco, em São Pedro, antes de chegarmos ao Hotel Fazenda Guarany. A gente estava justamente conversando no carro sobre a nossa vontade de andar de avião algum dia. Eis que meu pai vê um aeroporto na beira da estrada, decide entrar, e alguns minutos depois lá estávamos nós, voando...

Não foram poucas as vezes que errei na hora de puxar e empurrar o manche e o piloto teve que intervir. O mesmo talento que tenho para perder nos jogos de videogame coloquei em ação naquele vôo. Não preciso dizer que minha mãe não gostou nada da experiência.

É muito louco se aproximar demais de uma montanha de avião. De repente aquela forma geométrica verde quase lisa começa a ganhar textura, instantaneamente. Parece videoclipe.

Depois que voltamos para a terra firme, me diverti muito com um outro meio de transporte: o lombo do cavalo.

Viajar é muito bom.