quarta-feira, 20 de junho de 2012

To do list

Aprender a proteger a cria, mesmo magoando outras pessoas que eu amo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Consulta ao Tarô

Conselho: força de vontade e a boa vibração de pensamentos são essenciais para a felicidade.
É, a bola está sempre no meu campo em se tratando de Paola.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre a tirania e a entrega

Ter um filho também provoca reflexões sobre o ego. Faz pensar sobre a tirania (dele e nossa) e sobre a validade ou o prejuízo de, finalmente, ceder (tanto nós, como ele).

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sobre a abertura e a honestidade

Eu te amo e preciso aprender a te amar inclusive quando você me escancara aquilo que eu não gosto em mim. Quando você crescer, vai aprender a ser um pouco mais hábil (= dissimulada, omissa, enrustida?). Por enquanto, tomara que eu tenha a sabedoria de me abrir ao aprendizado que você me proporciona. Mas confesso: é difícil.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sobre o amor e a tarefagem

Os bebês nos denunciam na nossa falta de amor e de presença. Eles não sorriem se você não está lá por inteiro. Eles não valorizam a tarefa pela tarefa, o cumprimento de prazos, os check lists. Eles não são (e não admitem ser tratados como) coisas. As vezes o choro passa só porque você passou a enxergá-los e agir de acordo com o que são: gente.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre a fragilidade e a força

Então, onde estávamos?

Ah, sim, mudanças...

Em momentos assim, com pouco tempo pra pensar, nossa tendência é aceitar as observações alheias como comprovações de nossas mudanças. Mas me lembro de tantos momentos em que as pessoas estiveram redondamente enganadas a meu respeito... Então prefiro dizer que estou mudando, mas não sei bem em quê. Vou fazer um inventário de fatos para tentar encontrar algumas pistas.

Sei que aborto se tornou um assunto delicado, e todas as demais formas de violência contra a criança se tornaram quase insuportáveis para mim. Argumentos que antes eu achava bobos, descambantes para a chantagem (como "eles são tão indefesos" e "é uma covardia") passaram a ser argumentos definitivos, tão fortes que, na minha atual percepção, dispensam quaisquer outros. Me tornei a pessoa que um dia foi um grande enfado ouvir.

Sei também que a vulnerabilidade da minha recém nascida coloca a mim mesma num estado de vulnerabilidade sem precedentes. O choro dela, quando é sofrido, dói na minha alma. E sinto que se algo de terrível um dia acontecer a ela, também eu ficarei em pedaços para sempre (por ela ser tão frágil e tão importante, eu também estou indefesa).

Talvez por esse motivo a gente se torne tão duro - forte em excesso - na defesa de nossas crias. Deve fazer parte desse pêndulo de força e fraqueza. E acabamos atingindo alguns corações desavisados e acumulando mágoas pelo caminho.

Ainda sobre a força, a gente aprende muito sobre nós com esses pequenos. Sobre o quanto já superamos desafios, o quanto já tentamos coisas que pareciam impossíveis, o quanto nos esforçamos e ficamos bravos e choramos e não desistimos. E sobre o quanto fomos crescendo e ficando patifes, nos protegendo da frustração às custas de evitar as tentativas. Também sobre o quanto não somos generosos, atentos e incentivadores com os crescidos como somos com as crianças.

Também a Paola crescerá. O quanto pensar em tudo isso terá mudado alguma coisa?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tanta coisa acontecendo

Tanta coisa acontecendo, aparentemente quase nada acontecendo, quase nenhum tempo para elaborar e refletir sobre o que está acontecendo e pouquíssimo tempo para fazer essa colheita - coisa tão importante pra mim.

Sei que tenho mudado profundamente (mas não da água pro vinho, nem também do dia pra noite).

E já não vai dar - mais uma vez - pra escrever agora. Paola me chama.

sábado, 31 de março de 2012

Mais um filho

Orgulhosa do meu outro filho que acabou de nascer: www.facilitacaograficacolheita.com.br

terça-feira, 27 de março de 2012

A busca pelo equilíbrio sábio (1)

Quando os filhos se vão, evidencia-se o problema de ter se deixado de lado por tantos anos.
Quando o filhos estão, evidencia-se o problema de não conseguir se deixar de lado, em alguma medida.

A Aposta

Há dois dias teria sido mais fácil escrever sobre essa felicidade, acontecida aqui mesmo na realidade, não-ficção. Minha cabeça ainda não estava tão bagunçada e eu podia ser feliz sem ressalvas. Agora escrevo com uma felicidade um pouco interrompida, mas ainda assim, isso importa. Da cabeça eu cuido logo mais.

Pois bem, essa criança de 8 anos que eu não conheço bem estava perdendo o chamado final para aprender a ler e escrever (antes de se ver condenado para sempre). A professora já não tinha esperanças. Ele estava, além disso, ressentido por ter que ficar sozinho em casa e pelo fato do pai ter ido embora pra Bahia sem avisar ninguém. Revoltou-se, é justo. Recebeu o troco, como era nos antigamentes. A bola de neve começava a aumentar.

Onde tudo era complexidade e impotência, eu apostei na conquista das palavras. Apostei no pouco que aquela mãe sabia a respeito das letras e no muito amor que tinha por esse filho.

Descobri mais de 40 palavras que podiam ser escritas apenas com as letras do nome do menino - a única coisa que ele sabia escrever. Apostei em tudo o que ele poderia concluir sozinho, colocando as palavras numa disposição calculada, algumas estratégicas lado a lado.

Mostrei meu plano para a mãe, ajustamos, eliminamos algumas palavras que ela não conhecia e imprimi aquela tentativa. Apostamos naquele papel como num bilhete premiado.

E o menino despertou. Não sei se pelo amor de mãe, se pela atenção dessa estranha que se debruçou sobre as letras do seu nome ou se pela genialidade do sistema alfabético. O fato é que ele quer conhecer outras palavras e desvendar as propriedades de outras letras.

E seu coração está mais calmo.
E seu pai ligou.
E sua mãe encontrou alguém que pode ficar com ele, quando ela não está.

A professora passou a ver vida onde via seca. 
A mãe passou a ver uma mestra, ainda que frágil, onde só via lacunas.
E a estranha viu, na contramão do comumente, a beleza corroendo a dúvida.

sexta-feira, 23 de março de 2012

A vida continua

Pois sim, a Paola já nasceu... está com 6 semanas, completadas ontem.

Escrevi um diário em papel durante a gestação - que foi muito bonita e culminou num parto idem. Optei por manter o que é íntimo, íntimo (por menos visitas que este espaço ainda receba).

E voltei aqui não para dar satisfações, mas por me sentir chamada para escrever sobre um assunto meu. E comprovar, muito satisfeita, que vida de "mãe-ela-mesma" continua (mesmo depois que filho nasce e sendo tão pequeno).

Querido blog, que bom te reencontrar. E que bom que ainda podemos ser "só nós dois".