Start Time: Wednesday, December 23, 2009 at 10:00pm
End Time: Thursday, December 24, 2009 at 4:00am
Location: Pucci SP - Adolfo Tabacow, 9
Nome na lista (lista@db2producao.com.br) terão desconto até 01:00
Mulher R$10,00
Homem R$20,00
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Síntese
Meu 2009 foi um ano de descobertas gigantes a respeito de coisas pequenas.
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Horóscopo Chinês
Hoje ouvi "1979", do Smashing Pumpkins, no trânsito. Ouvindo a batida do ano em que nasci, fiquei matutando sobre os efeitos, na minha personalidade, de ter nascido neste ano e não em outro.
Pessoas que nasceram em 1979...
... não presenciaram:
os anos tenebrosos da ditadura;
... se lembram vagamente:
da corrida dos pais para sobreviverem em meio à inflação galopante;
... tiveram mesmo foi que lidar foi com:
a dificuldade de administrrem suas carreiras nesse mercado de trabalho pós-moderno.
Não cheguei a nenhuma conclusão digna de nota sobre os efeitos desses fatos históricos no meu modo de pensar. Pensei em fazer esse exercício para pessoas nascidas em outros anos, só para ver no que dava. Mas já concluí que vai dar é em muito trabalho, isso sim!
Vamos dormir que amanhã eu acordo muito, muito cedo...
Pessoas que nasceram em 1979...
... não presenciaram:
os anos tenebrosos da ditadura;
... se lembram vagamente:
da corrida dos pais para sobreviverem em meio à inflação galopante;
... tiveram mesmo foi que lidar foi com:
a dificuldade de administrrem suas carreiras nesse mercado de trabalho pós-moderno.
Não cheguei a nenhuma conclusão digna de nota sobre os efeitos desses fatos históricos no meu modo de pensar. Pensei em fazer esse exercício para pessoas nascidas em outros anos, só para ver no que dava. Mas já concluí que vai dar é em muito trabalho, isso sim!
Vamos dormir que amanhã eu acordo muito, muito cedo...
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sábado, 21 de novembro de 2009
Sonhos - tê-los ou não tê-los?
O desafio agora é redescobrir os sonhos... e talvez não seja tão fácil quanto parece.
Esclarecer "o sonho" pra si mesmo é iniciar uma nova fase - com potencialidades e riscos, ganhos e perdas.
Uma vez esclarecido o sonho para si, começam as escolhas: Correr atrás? Gritar para o mundo "este é meu sonho"? Colocar energia na sua concretização, se defrontar com profundas dificuldades internas, enfrentar bravamente os obstáculos externos? Colocar a força de vontade à prova?
Enquanto o sonho é difuso, enquanto temos a impressão de que ele nem existe, estamos num porto seguro. A brisa bate, a água é calma, a estadia é agradável.
Quando o sonho é explícito, não sair em busca deles é pior do que tê-los adormecidos. Quem seria capaz de nutrir algum apreço por si mesmo ao escolher, de forma consciente, o medo e a acomodação?
Então... querer saber qual é seu sonho já implica num compromisso. Já significa escolher frequentar os maremotos, se for preciso. Significa estar pronto para se despedir da brisa.
Tudo isso sem saber ao certo se o final nos reserva "a grande recompensa" ou uma enorme frustração.
Esclarecer "o sonho" pra si mesmo é iniciar uma nova fase - com potencialidades e riscos, ganhos e perdas.
Uma vez esclarecido o sonho para si, começam as escolhas: Correr atrás? Gritar para o mundo "este é meu sonho"? Colocar energia na sua concretização, se defrontar com profundas dificuldades internas, enfrentar bravamente os obstáculos externos? Colocar a força de vontade à prova?
Enquanto o sonho é difuso, enquanto temos a impressão de que ele nem existe, estamos num porto seguro. A brisa bate, a água é calma, a estadia é agradável.
Quando o sonho é explícito, não sair em busca deles é pior do que tê-los adormecidos. Quem seria capaz de nutrir algum apreço por si mesmo ao escolher, de forma consciente, o medo e a acomodação?
Então... querer saber qual é seu sonho já implica num compromisso. Já significa escolher frequentar os maremotos, se for preciso. Significa estar pronto para se despedir da brisa.
Tudo isso sem saber ao certo se o final nos reserva "a grande recompensa" ou uma enorme frustração.
domingo, 27 de setembro de 2009
Galeria de Personagens - Cachorrinho
Cachorrinho, 6 anos, branco, dorme no sofá. Que bonitinho que ele é, o Nico!
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Galeria de Personagens - Contador Solitário
Homem, contador e advogado, 35 anos. Ambicioso, pão duro e avesso a riscos. Perdeu muitas coisas importantes (pessoas, pricipalmente), mas nunca perdeu dinheiro. Demontra seu amor distribuindo conselhos. Raramente é correspondido.
sábado, 5 de setembro de 2009
Galeria de Personagens - Romântico de prateleira
Jovem, 28 anos. Vive buscando a profundidade do amor que lê nos livros e vê nos filmes. Teve muitas namoradas e continua tendo outras tantas, porém não consegue atingir a intensidade de sentimentos de que se julga merecedor. Segue em busca de uma musa inspiradora.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Galeria de Personagens - Farmacêutico da Cidadezinha
Homem. Vida inteira dedicada à medicina na pequena cidade, atendendo também fazendas próximas e distantes. Pessoa de fácil trato e muita responsabilidade. Foi o primeiro na cidade a ter um telefone (ainda de manivela) e um calhabeque (essencial para sua profissão). Na Revolução Constitucionalista de 1932, sabendo que os exércitos estavam próximos (e roubavam tudo o que viam pela frente em prol da causa), substituiu o combustível do calhambeque por Óleo de Ricino. Depois teve muito trabalho para limpar as peças do motor.
domingo, 23 de agosto de 2009
Galeria de Personagens - O Chinês que não joga nada fora
Chinês. 60 e tantos anos. Não joga nada fora desde sua chegada ao Brasil. Revistas de décadas são armazenadas em todos os cantos da casa. Teimoso, pouco higiêncio (seu gato é de uma sujeira lastimável), de preferências gastronômicas duvidosas. Apesar de ter inquilinos no primeiro andar de sua casa, deixar o tanque de areia (e fezes) do gato na porta de entrada é ponto de honra para ele.
sábado, 22 de agosto de 2009
Galeria de Personagens - Filho de Marinheiro
Homem. 43 anos. Filho de marinheiro português que, depois de se envolver com uma ribeirinha paraense, sequestrou o filho e o levou para Portugal. Criado pela madrasta, só aos 26 anos soube que sua mãe não estava morta desde o parto. Voltou ao Brasil, já formado em Biologia (com especialização em Florestas Tropicais) para procurar a mãe e viver 2 anos na selva, conhecendo na prática o que conheceu na teoria. Hoje é guia turístico na Amazônia.
(Aqui quebro minha regra de não colocar na galeria de personagens pessoas reais. Mas, fala sério, esse merece... na verdade, já pressinto que virão outros reais, antes de entrarmos na ficção)
(Aqui quebro minha regra de não colocar na galeria de personagens pessoas reais. Mas, fala sério, esse merece... na verdade, já pressinto que virão outros reais, antes de entrarmos na ficção)
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Personagens
Ontem eu fiquei pensando nas minhas narrativas em gestação...
Gostaria de escrever histórias que não tivessem inspiração na vida real (nem minha nem de ninguém que eu conheça ou tenha lido).
Gostaria de ser capaz de conhecer outros universos por meio da escrita. Como alguém que vai descobrindo novos segredos nas vidas dos personagens que vai criando. Novas características em suas personalidades. Para isso, preciso de personagens não planos.
Queria que esses personagens fossem absolutamente diferentes de mim. Talvez pessoas que eu, num primeiro momento, detestasse. Boa idéia! Quem sabe, aos poucos, eu não descubra outros ângulos e perca um pouco dos preconceitos?
Acho que irei, aos poucos criando uma galeria. No momento em que sentir que alguma dessas criaturas merece ter suas histórias contadas, voilá! ... eis a narrativa!
"Eu sou um gênio!"
Gostaria de escrever histórias que não tivessem inspiração na vida real (nem minha nem de ninguém que eu conheça ou tenha lido).
Gostaria de ser capaz de conhecer outros universos por meio da escrita. Como alguém que vai descobrindo novos segredos nas vidas dos personagens que vai criando. Novas características em suas personalidades. Para isso, preciso de personagens não planos.
Queria que esses personagens fossem absolutamente diferentes de mim. Talvez pessoas que eu, num primeiro momento, detestasse. Boa idéia! Quem sabe, aos poucos, eu não descubra outros ângulos e perca um pouco dos preconceitos?
Acho que irei, aos poucos criando uma galeria. No momento em que sentir que alguma dessas criaturas merece ter suas histórias contadas, voilá! ... eis a narrativa!
"Eu sou um gênio!"
domingo, 2 de agosto de 2009
Escrever
Volta e meia me bate uma grande vontade de escrever. Narrativas, especificamente.
Nessas horas me lembro do Rubens Evald Filho que, numa entrevista, disse ter virado crítico de cinema por não existirem dentro dele grandes histórias para serem contadas.
Minha vontade de escrever é um pouco assim, sem nenhum objeto.
Por enquanto.
Nessas horas me lembro do Rubens Evald Filho que, numa entrevista, disse ter virado crítico de cinema por não existirem dentro dele grandes histórias para serem contadas.
Minha vontade de escrever é um pouco assim, sem nenhum objeto.
Por enquanto.
sábado, 25 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Constatação
Tenho seguido as orientações do guru de viver a cada dia seu próprio mal.
De forma geral, funciona.
De forma geral, funciona.
sábado, 27 de junho de 2009
Trecho
Daí, recebendo seu e-mail, a ficha cai de que somos "Brothers and Sisters" o tempo inteiro e só fica faltando, às vezes, aquelas partes do roteiro em que se fala sobre essa importância (partes que deixam o episódio doce, todas as vezes).
Obrigada por acrescentar, no nosso roteiro, essa cena...
Obrigada por acrescentar, no nosso roteiro, essa cena...
segunda-feira, 22 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Uma carta para o passado
Ontem transformei o que pra mim é uma tarefa bastante dificil em redenção.
Encarando o e-mail que enviaria para os candidatos não escolhidos no processo seletivo, pensei nas vezes em que eu mesma recebi e-mails parecidos. Pensei no que gostaria de ter sabido sobre processos seletivos naquela época. Pensei nas conclusões equivocadas que tirei (e que foram um grande atraso de vida).
O resultado desse revival foi que escrevi o texto abaixo.
-----------------------------
Prezado candidato,
Concluimos a primeira fase da seleção de estagiários para a vaga de auxiliar de classes de reforço, da qual você participou.
O Instituto buscava, nessa primeira fase:
1) a paixão por ensinar;
2) a correta compreensão e opção pelo método sócio-construtivista de ensino e aprendizagem;
3) a crença de que todo ser humano é capaz de aprender.
Por algum motivo, na entrevista da qual você participou, não pudemos identificar um ou mais desses aspectos.
Cada instituição busca perfis de profissionais que combinem mais com suas crenças e formas de entender o mundo. Nosso desejo é que você, sem abandonar aquilo que acredita e traçando seu caminho com coerência, possa encontrar seu espaço no mercado de trabalho, num local que, por compartilhar das mesmas concepções, possa aproveitar todo o potencial que você vem desenvolvendo com base nas suas escolhas.
É possível também que você traga consigo, apesar de não ter demonstrado com clareza, aquilo que procurávamos. Nesse caso, nosso desejo é de que, numa próxima oportunidade, esses aspectos estejam mais fortalecidos e que possamos vir a realizar, lado a lado, a missão de contribuir para a melhoria da educação no Brasil.
Um grande abraço e nossos sinceros agradecimentos pela sua participação.
-----------------------------
Não sei se muda alguma coisa o "não" vir assim ou de outra forma. Também não sei se existe atenção ou alma suficientes numa hora como essa para se ler um e-mail desses "com bons olhos".
Mas eu gostei.
Sinceramente? Quem duvida que o principal destinatário desse e-mail tenha sido, desde o princípio, eu mesma?
Encarando o e-mail que enviaria para os candidatos não escolhidos no processo seletivo, pensei nas vezes em que eu mesma recebi e-mails parecidos. Pensei no que gostaria de ter sabido sobre processos seletivos naquela época. Pensei nas conclusões equivocadas que tirei (e que foram um grande atraso de vida).
O resultado desse revival foi que escrevi o texto abaixo.
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Prezado candidato,
Concluimos a primeira fase da seleção de estagiários para a vaga de auxiliar de classes de reforço, da qual você participou.
O Instituto buscava, nessa primeira fase:
1) a paixão por ensinar;
2) a correta compreensão e opção pelo método sócio-construtivista de ensino e aprendizagem;
3) a crença de que todo ser humano é capaz de aprender.
Por algum motivo, na entrevista da qual você participou, não pudemos identificar um ou mais desses aspectos.
Cada instituição busca perfis de profissionais que combinem mais com suas crenças e formas de entender o mundo. Nosso desejo é que você, sem abandonar aquilo que acredita e traçando seu caminho com coerência, possa encontrar seu espaço no mercado de trabalho, num local que, por compartilhar das mesmas concepções, possa aproveitar todo o potencial que você vem desenvolvendo com base nas suas escolhas.
É possível também que você traga consigo, apesar de não ter demonstrado com clareza, aquilo que procurávamos. Nesse caso, nosso desejo é de que, numa próxima oportunidade, esses aspectos estejam mais fortalecidos e que possamos vir a realizar, lado a lado, a missão de contribuir para a melhoria da educação no Brasil.
Um grande abraço e nossos sinceros agradecimentos pela sua participação.
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Não sei se muda alguma coisa o "não" vir assim ou de outra forma. Também não sei se existe atenção ou alma suficientes numa hora como essa para se ler um e-mail desses "com bons olhos".
Mas eu gostei.
Sinceramente? Quem duvida que o principal destinatário desse e-mail tenha sido, desde o princípio, eu mesma?
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terça-feira, 16 de junho de 2009
Bem-vinda ao lar
A mim parece evidente o efeito da realização, para sempre provisória, do último grande sonho: vias desobstruídas para poder flertar com outras buscas.
Hoje trago novas descobertas até certo ponto surpreendentes, até certo ponto óbvias, até certo ponto assustadoras.
Sou a mesma afinal, ainda que numa casa e num bairro melhores.
Meu buraco é mais em cima. A resposta é mais profunda.
Que engraçado é ser surpreendido por uma coisa que já se sabia...
Hoje trago novas descobertas até certo ponto surpreendentes, até certo ponto óbvias, até certo ponto assustadoras.
Sou a mesma afinal, ainda que numa casa e num bairro melhores.
Meu buraco é mais em cima. A resposta é mais profunda.
Que engraçado é ser surpreendido por uma coisa que já se sabia...
segunda-feira, 15 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
Duas coisas que não querem calar
1ª coisa: A vista daqui é linda.
2ª coisa: Como faz frio nesse lugar!
A vista daqui é linda. Ainda. Que não seja. Linda para outra. Vista que a. Avista. Daqui é linda. Se não for vista a vista. Daqui ainda é. Linda. Ainda que não seja. Vista ainda. Que não se veja. Talvez assim seja. Mais linda. Ainda.
(Arnaldo Antunes)
2ª coisa: Como faz frio nesse lugar!
A vista daqui é linda. Ainda. Que não seja. Linda para outra. Vista que a. Avista. Daqui é linda. Se não for vista a vista. Daqui ainda é. Linda. Ainda que não seja. Vista ainda. Que não se veja. Talvez assim seja. Mais linda. Ainda.
(Arnaldo Antunes)
sábado, 13 de junho de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Dever cumprido
Transformar revolta em causa é muito bom, por menor que ela seja.
Esse é um dia feliz!
Esse é um dia feliz!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Brigando
Pra me manter calma, pra me manter ativa, pra não brigar sozinha.
Pra conseguir me expressar.
Grande desafio.
Pra conseguir me expressar.
Grande desafio.
sábado, 9 de maio de 2009
Esperando
Daí, hoje que estou com tempo e disposição, pareço enferrujada, as palavras não saem.
Os assuntos que tenho pra falar, na verdade, não estão exatamente me interessando... minha nova vida demorando a ficar pronta, minha virada no trabalho chegando a passos lentos demais.
Se eu soubesse qual é a fórmula instantânea da felicidade, seria pra já.
Como não sei, vamos esperar...
Os assuntos que tenho pra falar, na verdade, não estão exatamente me interessando... minha nova vida demorando a ficar pronta, minha virada no trabalho chegando a passos lentos demais.
Se eu soubesse qual é a fórmula instantânea da felicidade, seria pra já.
Como não sei, vamos esperar...
domingo, 3 de maio de 2009
Passando
Passando pelos tapetes só pra declarar que acho triste vê-los empoeirando assim.
Mas também sem muito que eu possa fazer nesse momento...
Mas também sem muito que eu possa fazer nesse momento...
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Exploração Vocabular - verbo "organizar"
A pessoa que usa bastante o verbo organizar entende que os elementos de que necessita estão aí, disponíveis. Talvez só um pouco difíceis de serem enxergados, em meio à tanta bagunça...
sábado, 21 de março de 2009
Exploração Vocabular - substantivo "mundo"
Pessoas que se utilizam do substantivo "mundo" com frequência tendem a considerar os fatos sob uma perspectiva ampliada.
O uso constante da palavra na função de sujeito, especialmente em contextos em que assume o significado de coletivo, revela que seu pronunciador exercita, em níveis bastante elevados, a capacidade de generalização/estruturação própria do ser humano, podendo perder a noção da pluralidade e da diversidade de perfis e situações. Dessa forma, pode dar a suas reflexões um certo ar de fatalismo.
Independentemente de sua função sintática, a palavra "mundo" é carregada de forte essência hiperbólica, sendo um termo muito apreciado por espíritos adolescentes.
O uso constante da palavra na função de sujeito, especialmente em contextos em que assume o significado de coletivo, revela que seu pronunciador exercita, em níveis bastante elevados, a capacidade de generalização/estruturação própria do ser humano, podendo perder a noção da pluralidade e da diversidade de perfis e situações. Dessa forma, pode dar a suas reflexões um certo ar de fatalismo.
Independentemente de sua função sintática, a palavra "mundo" é carregada de forte essência hiperbólica, sendo um termo muito apreciado por espíritos adolescentes.
domingo, 15 de março de 2009
Exploração Vocabular - pronome de interrogação "por quê?"
O uso excessivo do pronome de interrogação "por quê?" pode indicar que seu proferidor é possuidor de uma constante curiosidade direcionada para o passado ou para as razões ocultas, no presente, que determinam um certo fenômeno.
Pessoas dessa natureza enxergam as coisas do mundo como passíveis de serem transformadas, porém mediante um esforço maior e mais engenhoso do que, por exemplo, as pessoas que utilizam com maior frequência o pronome de interrogação "como?" enxergariam.
São mais ativas e dispostas a atuar do que as pessoas orientadas a "quando?", porém mais propensas ao pessimismo e à desistência do que as pessoas orientadas a "onde?". Em relação a essas últimas, tendem a acreditar menos que as respostas possam chegar prontas a suas mãos.
Geralmente estão num ponto do raciocínio mais adiantado do que as pessoas que se perguntam "o que?" - embora frequentemente caminhe por longos períodos em trilhas erradas, por terem se furtado de examinar a resposta preciosa que essa simples pergunta poderia proporcionar.
A utilização do pronome de interrogação "por quê?" em altura ou timbres mais fortes também pode revelar uma forte inclinação à indignação e, em certa dose, um sutil traço de arrogância em seus julgamentos.
A expressão pode ser uma aliada no amadurecimento, mas costuma escravizar aquele que se utiliza dela, impedindo-o de viver a vida com mais leveza.
Sugestões de outras palavras e expressões para a série: "excesso", "transformação", "disposição", "desistência", "julgamentos".
Pessoas dessa natureza enxergam as coisas do mundo como passíveis de serem transformadas, porém mediante um esforço maior e mais engenhoso do que, por exemplo, as pessoas que utilizam com maior frequência o pronome de interrogação "como?" enxergariam.
São mais ativas e dispostas a atuar do que as pessoas orientadas a "quando?", porém mais propensas ao pessimismo e à desistência do que as pessoas orientadas a "onde?". Em relação a essas últimas, tendem a acreditar menos que as respostas possam chegar prontas a suas mãos.
Geralmente estão num ponto do raciocínio mais adiantado do que as pessoas que se perguntam "o que?" - embora frequentemente caminhe por longos períodos em trilhas erradas, por terem se furtado de examinar a resposta preciosa que essa simples pergunta poderia proporcionar.
A utilização do pronome de interrogação "por quê?" em altura ou timbres mais fortes também pode revelar uma forte inclinação à indignação e, em certa dose, um sutil traço de arrogância em seus julgamentos.
A expressão pode ser uma aliada no amadurecimento, mas costuma escravizar aquele que se utiliza dela, impedindo-o de viver a vida com mais leveza.
Sugestões de outras palavras e expressões para a série: "excesso", "transformação", "disposição", "desistência", "julgamentos".
sexta-feira, 13 de março de 2009
Exploração Vocabular - verbo "merecer"
Tenho a impressão de que algumas palavras aparecem com mais frequência na linha de raciocínio de uns do que de outros. Isso porque as palavras estão embebidas em ideologia e é preciso que, de alguma forma, se compartilhe dessa ideologia para poder utilizá-la.
De forma que eu me proponho um novo projeto: analisar palavras que aparecem com frequência nas minhas frases e nos meus pensamentos. Começarei a série com o verbo "merecer".
O uso da palavra "merecer" revela que seu proferidor acredita, em alguma medida, que a vida é regida pela relação entre causa e consequência e que se sentiria confortável com a existência de certa proporcionalidade entre uma e outra. Tal perfil de pessoa espera, obviamente, que o critério utilizado para conferir a consequência ao gerador da causa seja o mérito.
Não contam com sorte ou acaso, não entendem interesses mesquinhos e trapaças, aguardam longamente por uma justiça que não sabem se virá. Sua maior dificuldade é processar a incoerência entre "terem feito tudo certo" e "terem se dado mal do mesmo jeito".
São pessoas que, em geral, não sabem jogar o jogo do mundo com maestria.
Sugestões de outras palavras e expressões para a série: "mérito", "sorte", "trapaça", "justiça", "certo/errado", "bem/mal"
De forma que eu me proponho um novo projeto: analisar palavras que aparecem com frequência nas minhas frases e nos meus pensamentos. Começarei a série com o verbo "merecer".
O uso da palavra "merecer" revela que seu proferidor acredita, em alguma medida, que a vida é regida pela relação entre causa e consequência e que se sentiria confortável com a existência de certa proporcionalidade entre uma e outra. Tal perfil de pessoa espera, obviamente, que o critério utilizado para conferir a consequência ao gerador da causa seja o mérito.
Não contam com sorte ou acaso, não entendem interesses mesquinhos e trapaças, aguardam longamente por uma justiça que não sabem se virá. Sua maior dificuldade é processar a incoerência entre "terem feito tudo certo" e "terem se dado mal do mesmo jeito".
São pessoas que, em geral, não sabem jogar o jogo do mundo com maestria.
Sugestões de outras palavras e expressões para a série: "mérito", "sorte", "trapaça", "justiça", "certo/errado", "bem/mal"
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Resumindo
Meu tempo está acabando e acabei não escrevendo sobre outras coisas importantes de aconteceram na década de 2000. São elas:
- Morro, Salvador e Recôncavo
- Paris
- Cirurgia
- Petrópolis
- Eu, educadora: acampamento, formadora, coordenadora e outras viagens
Fica o lembrete, mais uma vez, para dar a missão como concluída.
Amanhã é dia de parabéns!!!
- Morro, Salvador e Recôncavo
- Paris
- Cirurgia
- Petrópolis
- Eu, educadora: acampamento, formadora, coordenadora e outras viagens
Fica o lembrete, mais uma vez, para dar a missão como concluída.
Amanhã é dia de parabéns!!!
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
As novas viagens de aventura
Na década de 2000, séries como Lost, Heroes e 24 horas fizeram parte do roteiro de ação e aventura na TV a cabo e no Torrent.
Na vida real, fiz algumas outras viagens de aventura. A primeira trilha do Rodrigo foi em São Francisco Xavier, comigo junto.
Ele pegou gosto pela coisa, o que nos levou para uma outra trilha na Chapada Diamantina que nos deixou sem dormir na pousada por 3 dias. E eu junto.
Em João Pessoa, a aventura foi mais controlada, mas não menos desafiadora.
Em Natal, por pouco não ficamos numa praia deserta para sempre por causa de um buggy quebrado.
Agora, a maior de todas as aventuras nós fizemos a bordo das jardineiras de Caldas Novas, na tentativa frustrada de percorrer 150km num dia (essa era a distância que nos separava de Itumbiara).
Coisa de gente sem noção.
PS - É pena que a minha falta de tempo não esteja permitindo que eu escreva as narrativas completas. Ficam os lembretes como prêmio de consolação.
Na vida real, fiz algumas outras viagens de aventura. A primeira trilha do Rodrigo foi em São Francisco Xavier, comigo junto.
Ele pegou gosto pela coisa, o que nos levou para uma outra trilha na Chapada Diamantina que nos deixou sem dormir na pousada por 3 dias. E eu junto.
Em João Pessoa, a aventura foi mais controlada, mas não menos desafiadora.
Em Natal, por pouco não ficamos numa praia deserta para sempre por causa de um buggy quebrado.
Agora, a maior de todas as aventuras nós fizemos a bordo das jardineiras de Caldas Novas, na tentativa frustrada de percorrer 150km num dia (essa era a distância que nos separava de Itumbiara).
Coisa de gente sem noção.
PS - É pena que a minha falta de tempo não esteja permitindo que eu escreva as narrativas completas. Ficam os lembretes como prêmio de consolação.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Chile
Michele Bachelet foi eleita no Chile na década de 2000.
Eu e Rodrigo estávamos por lá nas vésperas das eleições. Nem parecia que havia uma campanha correndo por lá.
Do Chile, guardo fotos lindas das águas das geleiras, dos vulcões, dos museus das antigas civilizações. E uma lembrança viva da brisa gelada batendo no rosto.
Contemplação.
Eu e Rodrigo estávamos por lá nas vésperas das eleições. Nem parecia que havia uma campanha correndo por lá.
Do Chile, guardo fotos lindas das águas das geleiras, dos vulcões, dos museus das antigas civilizações. E uma lembrança viva da brisa gelada batendo no rosto.
Contemplação.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
O Pequeno Ditador
Nos anos 2000, alguns canditatos a ditadores de esquerda foram eleitos na América Latina. Sobre Chavez, não precisamos nem comentar. Outros ensaiaram mais discretamente conseguir um número de reeleições maior do que as inicialmente acordadas: Uribe, Morales e até o próprio Lula.
Na minha casa, o pequeno candidato a ditador se chama Nicolau. É um Bichon Frizé que ganha todo mundo na base do charme. Carente profissional, ele chega a falar com sua pata direita: "pare de trabalhar me faça um carinho!" Então ele mantem a pata bem firme em cima do nosso braço, como quem diz: "estou falando sério, você não entendeu?".
Então ele pega um pedaço do osso de couro de boi que ele já espatifou inteiro, joga pra cima, rosna, se faz de bravo. Daí olha pra gente com cara sorridente e rabinho enrolado abanando. Não tem como resistir...
E foi dessa forma que ele foi conquistando o lugar no sofá, o direito de deitar na cama e várias refeições extras por dia.
Já sei que precisarei trabalhar bastante minha autoridade antes de resolver ter filhos.
Na minha casa, o pequeno candidato a ditador se chama Nicolau. É um Bichon Frizé que ganha todo mundo na base do charme. Carente profissional, ele chega a falar com sua pata direita: "pare de trabalhar me faça um carinho!" Então ele mantem a pata bem firme em cima do nosso braço, como quem diz: "estou falando sério, você não entendeu?".
Então ele pega um pedaço do osso de couro de boi que ele já espatifou inteiro, joga pra cima, rosna, se faz de bravo. Daí olha pra gente com cara sorridente e rabinho enrolado abanando. Não tem como resistir...
E foi dessa forma que ele foi conquistando o lugar no sofá, o direito de deitar na cama e várias refeições extras por dia.
Já sei que precisarei trabalhar bastante minha autoridade antes de resolver ter filhos.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Blogs
Blogs são um fenômeno da década de 2000. Assim como os reality shows, o que deve ter alguma relação.
Meu primeiro blog, o Caixa de Pandora, era quase igual a esse aqui. Pensei que eu tivesse me transformado em uma nova mulher e criei um blog novo. Um belo dia percebemos que somos os mesmos (e que, realmente, vivemos quase como nossos pais).
Antes de ter um blog, você acha que não faz sentido essa coisa de ficar escrevendo sobre você mesmo ou publicando coisas que você pensa e aguardar pelos comentários dos amigos reais e virtuais. Não faz muito sentido pra quem nunca fez. Além de ser muito narcisismo (demais para você admitir que também tem). Mas um belo dia você começa, só pra ver como é que é...
Daí você vai percebendo os impactos da experiência de ter um blog na sua vida cotidiana. Já criei várias teorias a respeito do meu: me faz ter mais olhares positivos sobre o meu dia-a-dia (afinal preciso ter algo de útil pra postar), retirar mais significado das coisas, exercitar meu poder de metaforizar, manter o hábito da escrita, poupar histórias numa grande caderneta de memórias para contar aos filhos e netos.
Já disse antes: sou grata por ter nascido pra ver e usufruir de tudo isso que está acontecendo.
Meu primeiro blog, o Caixa de Pandora, era quase igual a esse aqui. Pensei que eu tivesse me transformado em uma nova mulher e criei um blog novo. Um belo dia percebemos que somos os mesmos (e que, realmente, vivemos quase como nossos pais).
Antes de ter um blog, você acha que não faz sentido essa coisa de ficar escrevendo sobre você mesmo ou publicando coisas que você pensa e aguardar pelos comentários dos amigos reais e virtuais. Não faz muito sentido pra quem nunca fez. Além de ser muito narcisismo (demais para você admitir que também tem). Mas um belo dia você começa, só pra ver como é que é...
Daí você vai percebendo os impactos da experiência de ter um blog na sua vida cotidiana. Já criei várias teorias a respeito do meu: me faz ter mais olhares positivos sobre o meu dia-a-dia (afinal preciso ter algo de útil pra postar), retirar mais significado das coisas, exercitar meu poder de metaforizar, manter o hábito da escrita, poupar histórias numa grande caderneta de memórias para contar aos filhos e netos.
Já disse antes: sou grata por ter nascido pra ver e usufruir de tudo isso que está acontecendo.
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sábado, 24 de janeiro de 2009
Todos juntos
A Europa lançou o Euro como moeda comum na década de 2000.
Eu, antes de ser feliz para sempre, juntei "todas as pesoas importantes da minha vida" naquele aniversário.
Foi bem legal!
Estrange, but true.
Eu, antes de ser feliz para sempre, juntei "todas as pesoas importantes da minha vida" naquele aniversário.
Foi bem legal!
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Felizes para sempre
A década de 2000 foi marcada pela expansão da telefonia fixa e do uso de celulares. Que bom! Assim eu pude receber vários SMSs dessa coisa boa que aconteceu na minha vida!
Conheci esse homem graças a uma trágica formatura em 2002, seguida por uma outra que se auto-destruiu em poucos minutos em 2003. Uma porta se fechou na minha cara e outra bem mais legal se abriu, precisando, de minha parte, apenas de uma pequena torção da fechadura - na forma de um e-mail, após a leitura de muitas crônicas e uma pequena autobiografia.
Estamos felizes para sempre.
Conheci esse homem graças a uma trágica formatura em 2002, seguida por uma outra que se auto-destruiu em poucos minutos em 2003. Uma porta se fechou na minha cara e outra bem mais legal se abriu, precisando, de minha parte, apenas de uma pequena torção da fechadura - na forma de um e-mail, após a leitura de muitas crônicas e uma pequena autobiografia.
Estamos felizes para sempre.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
A Queda das Torres Gêmeas
Foi na década de 2000 que o terrorismo se estabeleceu definitivamente como força política. Que relação pode isso ter a ver com a vida de uma pacífica mulher brasileira de 30 anos, sem religião definida? Muita coisa.
Nos anos 2000 muitas forças clandestinas que eu mantinha sob o olhar atento e hegemônico do meu implacável alter-ego exigiram seu espaço de existência. Assim, alguns dos meus World Trade Centers não tiveram outra opção senão vir abaixo.
1) o divórcio temporário de meus pais derrubou uma das torres e me empurrou para a terapia.
2) feedbacks arrasadores de colegas de trabalho me empurraram para a SBDG (Sociedade Brasileira das Dinâmicas dos Grupos) e esta se encarregou de aniquilar grandes crenças equivocadas que eu mantinha com carinho.
3) e finalmente, nos anos 2000 eu cedi à força da identidade que sempre gritou para que eu me consagrasse educadora - coisa que eu nunca sonhava me permitir.
Deixei de ser mais uma prepotente para me tornar "apenas" - e deliciosamente - potente.
Na medida do possível.
Nos anos 2000 muitas forças clandestinas que eu mantinha sob o olhar atento e hegemônico do meu implacável alter-ego exigiram seu espaço de existência. Assim, alguns dos meus World Trade Centers não tiveram outra opção senão vir abaixo.
1) o divórcio temporário de meus pais derrubou uma das torres e me empurrou para a terapia.
2) feedbacks arrasadores de colegas de trabalho me empurraram para a SBDG (Sociedade Brasileira das Dinâmicas dos Grupos) e esta se encarregou de aniquilar grandes crenças equivocadas que eu mantinha com carinho.
3) e finalmente, nos anos 2000 eu cedi à força da identidade que sempre gritou para que eu me consagrasse educadora - coisa que eu nunca sonhava me permitir.
Deixei de ser mais uma prepotente para me tornar "apenas" - e deliciosamente - potente.
Na medida do possível.
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domingo, 18 de janeiro de 2009
Redefinindo Ambição
Enquanto a economia mundial passava por seu mais longo período de prosperidade (até 2007), eu tentava de toda forma me tornar uma boa empreendedora e uma boa administradora.
Fui fazer Empretec, tomei surra até não poder mais, sendo memorável aquela experiência traumática da negociação do sapato. Chorei muito naquele dia.
Depois fui fazer GV. Aprendi muitas coisas extremamente valiosas, especialemente quando usadas em organizações com uma mega estrutura e um bom dinheiro para investir. Até tentei usar parte daquele conhecimento nos negócios que tive na vida mas, no geral, esse conhecimento sempre foi muita areia para o meu caminhãozinho.
Hoje vejo que sempre faltou em mim uma coisa essencial para alguém que tenha pretenção de tocar um negócio: não sou uma pessoa movida pela ganância, pelo menos não essa material.
Não se trata de não gostar de dinheiro. Gosto de ser reconhecida pelo meu trabalho e tenho gostado das coisas que tenho conseguido comprar em meu benefício.
Mas quem me conhece sabe que se eu tiver que escolher entre dinheiro e valores, dinheiro e solidariedade, dinheiro e paz, dinheiro e desenvolvimento... bem, dinheiro perde todas as batalhas.
Minha maior ambição é abstrata, conceitual, moral, arquetípica.
Ter nascido Aquário com ascendente em Peixes não poderia passar assim, tão impunemente.
Fui fazer Empretec, tomei surra até não poder mais, sendo memorável aquela experiência traumática da negociação do sapato. Chorei muito naquele dia.
Depois fui fazer GV. Aprendi muitas coisas extremamente valiosas, especialemente quando usadas em organizações com uma mega estrutura e um bom dinheiro para investir. Até tentei usar parte daquele conhecimento nos negócios que tive na vida mas, no geral, esse conhecimento sempre foi muita areia para o meu caminhãozinho.
Hoje vejo que sempre faltou em mim uma coisa essencial para alguém que tenha pretenção de tocar um negócio: não sou uma pessoa movida pela ganância, pelo menos não essa material.
Não se trata de não gostar de dinheiro. Gosto de ser reconhecida pelo meu trabalho e tenho gostado das coisas que tenho conseguido comprar em meu benefício.
Mas quem me conhece sabe que se eu tiver que escolher entre dinheiro e valores, dinheiro e solidariedade, dinheiro e paz, dinheiro e desenvolvimento... bem, dinheiro perde todas as batalhas.
Minha maior ambição é abstrata, conceitual, moral, arquetípica.
Ter nascido Aquário com ascendente em Peixes não poderia passar assim, tão impunemente.
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Viagens de aventura
Nos anos 2000 foram aprofundadas as preocupações ecológicas mundiais, com a ameaça do aquecimento global se fazendo presente em diversos eventos do noticiário.
Foi nessa época que eu estive mais próxima da natureza, graças àquele mesmo namorado (que também se envaidecia de ser um às nas trilhas).
Assim eu conheci a Ilha Grande, Bonito, o PETAR e fui andar um pouco de bicicleta em Toronto.
São experiências que enchem os olhos e o coração da gente.
Mesmo muito tempo depois.
Foi nessa época que eu estive mais próxima da natureza, graças àquele mesmo namorado (que também se envaidecia de ser um às nas trilhas).
Assim eu conheci a Ilha Grande, Bonito, o PETAR e fui andar um pouco de bicicleta em Toronto.
São experiências que enchem os olhos e o coração da gente.
Mesmo muito tempo depois.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Logoali.net
Foi na década de 2000 que internet se consolidou como veículo de comunicação em massa.
Isso, atrelado ao fato de eu ter feito curso técnico em eletrônica, graduação em comunicação e ter sido tocada pela possibilidade tornar-se empreendedora sem a necessidade de um alto investimento, foi responsável pela minha primeira iniciativa de negócio: o www.logoali.net.
Existe uma história oculta e não tão charmosa na criação do logoali, mas que o torna extemamente significativo na minha vida. O logoali me salvou de um prenúncio de depressão.
Na época, eu tinha um namorado daqueles, só para simplificar, ótimo em tudo! Um hiperativo que direcionou todas as suas energias para se tornar uma pessoa bem sucedida e admirada. E sempre conseguiu exatamente o que tinha planejado para si.
Vivíamos numa relação, em muito induzida por ele, competitiva. Foi difícil pra mim perceber que aquilo que começou como uma característica de introspecção e maturidade que me diferenciava dele, ao final de tudo, tinha se transformado em melancolia. Eu terminei ofuscada, efetivamente convencida de que nunca poderia ser páreo para tamanho talento.
Foi aí que começou a descida da ladeira. Negação total, mesmo das coisas que eu sempre fiz bem. Estava, no meu imaginário, me transformando num verdadeiro trapo.
Foi então que eu tive essa idéia e meu pai a apoiou com um entusiasmo fora do comum. Comecei a agir ao invés de pensar; a me colocar à prova, ao invés de me analisar. Comecei a perceber que, afinal, eu servia pra algumas coisas.
O logoali acabou, mas eu segui em frente (deixando o namorado pra trás).
Isso, atrelado ao fato de eu ter feito curso técnico em eletrônica, graduação em comunicação e ter sido tocada pela possibilidade tornar-se empreendedora sem a necessidade de um alto investimento, foi responsável pela minha primeira iniciativa de negócio: o www.logoali.net.
Existe uma história oculta e não tão charmosa na criação do logoali, mas que o torna extemamente significativo na minha vida. O logoali me salvou de um prenúncio de depressão.
Na época, eu tinha um namorado daqueles, só para simplificar, ótimo em tudo! Um hiperativo que direcionou todas as suas energias para se tornar uma pessoa bem sucedida e admirada. E sempre conseguiu exatamente o que tinha planejado para si.
Vivíamos numa relação, em muito induzida por ele, competitiva. Foi difícil pra mim perceber que aquilo que começou como uma característica de introspecção e maturidade que me diferenciava dele, ao final de tudo, tinha se transformado em melancolia. Eu terminei ofuscada, efetivamente convencida de que nunca poderia ser páreo para tamanho talento.
Foi aí que começou a descida da ladeira. Negação total, mesmo das coisas que eu sempre fiz bem. Estava, no meu imaginário, me transformando num verdadeiro trapo.
Foi então que eu tive essa idéia e meu pai a apoiou com um entusiasmo fora do comum. Comecei a agir ao invés de pensar; a me colocar à prova, ao invés de me analisar. Comecei a perceber que, afinal, eu servia pra algumas coisas.
O logoali acabou, mas eu segui em frente (deixando o namorado pra trás).
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Anos 2000
O anos 2000 foram anos de expansão, reclassificação, alinhamento, novas certezas.
São encontrados dois novos planetas-anões no sistema solar e plutão é rebaixado para se juntar ao grupo. Também é descoberto o primeiro planeta possívelmente habitável fora do sistema solar. E é confirmada a existência de água em Marte.
Aqui na terra, minha vida se expandiu em muitas viagens, alguns negócios, redirecionamentos na carreira, novas amizades e várias aprendizagens sobre o que realmente importa para mim.
São encontrados dois novos planetas-anões no sistema solar e plutão é rebaixado para se juntar ao grupo. Também é descoberto o primeiro planeta possívelmente habitável fora do sistema solar. E é confirmada a existência de água em Marte.
Aqui na terra, minha vida se expandiu em muitas viagens, alguns negócios, redirecionamentos na carreira, novas amizades e várias aprendizagens sobre o que realmente importa para mim.
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domingo, 11 de janeiro de 2009
Editora da USP
E eis que o último post dos anos 90 vem falar de uma experiência que terá reflexos ao longo de toda a próxima década.
Trabalhei na Editora da USP.
Lá soube o que era trabalhar numa repartição pública. Lá soube o que era ter uma chefe maluca-beleza. Lá soube o que era estruturar um departamento de marketing amador. Lá soube que o empreendedorismo está ao nosso alcance.
Durante os seis meses que fiquei ali, tive uma amostra de vários caminhos que segui ou cogitei seguir mais tarde. Também expandi os limites do meu gosto estético.
Não poderia deixar de fazer essa última menção honrosa, antes da década acabar.
Trabalhei na Editora da USP.
Lá soube o que era trabalhar numa repartição pública. Lá soube o que era ter uma chefe maluca-beleza. Lá soube o que era estruturar um departamento de marketing amador. Lá soube que o empreendedorismo está ao nosso alcance.
Durante os seis meses que fiquei ali, tive uma amostra de vários caminhos que segui ou cogitei seguir mais tarde. Também expandi os limites do meu gosto estético.
Não poderia deixar de fazer essa última menção honrosa, antes da década acabar.
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sábado, 10 de janeiro de 2009
Voz Ativa
Eu fui representante discente no Conselho de Graduação da USP.
Tive que responder por essa desobediência civil numa reunião do C.A. da ECA. Em outros fóruns respondemos aos que achavam que participar das decisões com número tão baixo de alunos era legitimar o que não deveria ser legitimado. Preferiam não ter representantes (o que equivale a não serem ouvidos).
A Voz Ativa foi uma experiência bem legal. Foi possível perceber quais são os truques que os autoritários inteligentes usam para tornar a democracia mais favorável. Também foi uma oportunidade de entender um pouco melhor as forças que compõem a esquerda brasileira e de exercitar a participação.
Foi uma época em que ouvi tiradas memoráveis relacionando regimes políticos aplicados a uma república de estudantes. As Ciências Sociais trazem um repertório magnífico para o humor.
Fazendo uma análise a posteriori, os meninos do C.A. tinham razão a respeito da nossa pretensa representatividade. Assim como nós tínhamos razão a respeito da pretensa representatividade deles.
Éramos, de certa forma, um pequeno retrato do tipo de cultura democrática que, nós brasileiros, temos como sociedade: votamos e torcemos para que os eleitos tenham entendido nosso recado. Que recado? Só deus sabe!
E nós, com todo o excesso de material de pauta para ser lido, encaminhado aos 45 do 2º tempo, fizemos o que pudemos.
Tive que responder por essa desobediência civil numa reunião do C.A. da ECA. Em outros fóruns respondemos aos que achavam que participar das decisões com número tão baixo de alunos era legitimar o que não deveria ser legitimado. Preferiam não ter representantes (o que equivale a não serem ouvidos).
A Voz Ativa foi uma experiência bem legal. Foi possível perceber quais são os truques que os autoritários inteligentes usam para tornar a democracia mais favorável. Também foi uma oportunidade de entender um pouco melhor as forças que compõem a esquerda brasileira e de exercitar a participação.
Foi uma época em que ouvi tiradas memoráveis relacionando regimes políticos aplicados a uma república de estudantes. As Ciências Sociais trazem um repertório magnífico para o humor.
Fazendo uma análise a posteriori, os meninos do C.A. tinham razão a respeito da nossa pretensa representatividade. Assim como nós tínhamos razão a respeito da pretensa representatividade deles.
Éramos, de certa forma, um pequeno retrato do tipo de cultura democrática que, nós brasileiros, temos como sociedade: votamos e torcemos para que os eleitos tenham entendido nosso recado. Que recado? Só deus sabe!
E nós, com todo o excesso de material de pauta para ser lido, encaminhado aos 45 do 2º tempo, fizemos o que pudemos.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Cuba
Também fui pra Cuba na década de 90.
Fidel ainda estava inteirão, tinha feito um discurso de 4 horas alguns dias antes de eu chegar.
As pessoas achavam engraçado alguém que fazia publicidade querer conhecer Cuba. Também achavam engraçado alguém que fazia publicidade se interessar por movimento estudantil. Às vezes é a primeira metade da frase que contém o erro.
Tirei fotos incríveis durante minha estada por lá. Me senti a própria Sebastiana Salgado. Em Havana, claro. Varadero é uma bobagem. Mas valeu pela cor do mar.
Cuba foi a primeira viagem que fiz convictamente sozinha. Encontrei um amigo antigo na fila do aeroporto, mas não saímos juntos por mais de dois dias.
E me senti em casa, em todos os momentos.
Fidel ainda estava inteirão, tinha feito um discurso de 4 horas alguns dias antes de eu chegar.
As pessoas achavam engraçado alguém que fazia publicidade querer conhecer Cuba. Também achavam engraçado alguém que fazia publicidade se interessar por movimento estudantil. Às vezes é a primeira metade da frase que contém o erro.
Tirei fotos incríveis durante minha estada por lá. Me senti a própria Sebastiana Salgado. Em Havana, claro. Varadero é uma bobagem. Mas valeu pela cor do mar.
Cuba foi a primeira viagem que fiz convictamente sozinha. Encontrei um amigo antigo na fila do aeroporto, mas não saímos juntos por mais de dois dias.
E me senti em casa, em todos os momentos.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
ECA-USP
Nos anos 90, a Universidade de São Paulo já não era mais a mesma (e a gente viveu um pouco de seu sucateamento).
Na minha primeira semana de ECA fui parar no jornal. Não estávamos tendo aulas por falta de professores e eu sou toda esquentadinha com essas coisas de "direitos". Fiz protesto, fui entrevistada e meu depoimento foi publicado no Zap, do Estadão.
Continuei esperneando durante o restante do curso, pois as decepções vinham de baciada. Isso que dá ser uma pessoa ávida por conhecimento matriculada num curso picareta. Se deu melhor quem gostava de cerveja...
Mas fiz algumas coisas interessantes: li um texto do Baktin que mudou a minha vida, fizemos uma pesquisa bem interessante sobre gôndolas de supermercados, analisamos um artigo de jornal buscando elementos de persuasão, fiz um retrato cubista dos pontos de ônibus da cidade universitária, escrevi um outro final para um conto do Guimarães me esforçando para utilizar a mesma linguagem dele.
Também fizemos uma campanha contra o trote violento que fortaleceu laços de amizade absolutamente essenciais para mim até hoje. Por causa dela, mais 15 minutos de fama numa entrevista memorável dada à CBN e à Band (nessa última, se não me engano, foi que coloquei o entrevistador "em seu devido lugar"). Eu era braba...
E minha apresentação do TCC confirmou isso. Tentei ser polida, mas não deixei de falar para um dos caras mais respeitados da minha banca que ele não tinha lido meu trabalho direito pra me fazer uma pergunta daquelas. Naquela ocasião, meu orientador confessou que dava um certo medo de mim, quando eu resolvia encrencar com alguma coisa.
Com o tempo eu fui ficando mais macia. Uma grande amiga minha diz que a maneira como a pessoa se relaciona com o mundo é reflexo da maneira como se relaciona consigo mesma.
De fato: foram acontecimentos da década seguinte que me fizeram olhar para a vida de uma forma mais maleável.
Na época da faculdade eu ainda não tinha percebido o quanto era refém de mim mesma.
Na minha primeira semana de ECA fui parar no jornal. Não estávamos tendo aulas por falta de professores e eu sou toda esquentadinha com essas coisas de "direitos". Fiz protesto, fui entrevistada e meu depoimento foi publicado no Zap, do Estadão.
Continuei esperneando durante o restante do curso, pois as decepções vinham de baciada. Isso que dá ser uma pessoa ávida por conhecimento matriculada num curso picareta. Se deu melhor quem gostava de cerveja...
Mas fiz algumas coisas interessantes: li um texto do Baktin que mudou a minha vida, fizemos uma pesquisa bem interessante sobre gôndolas de supermercados, analisamos um artigo de jornal buscando elementos de persuasão, fiz um retrato cubista dos pontos de ônibus da cidade universitária, escrevi um outro final para um conto do Guimarães me esforçando para utilizar a mesma linguagem dele.
Também fizemos uma campanha contra o trote violento que fortaleceu laços de amizade absolutamente essenciais para mim até hoje. Por causa dela, mais 15 minutos de fama numa entrevista memorável dada à CBN e à Band (nessa última, se não me engano, foi que coloquei o entrevistador "em seu devido lugar"). Eu era braba...
E minha apresentação do TCC confirmou isso. Tentei ser polida, mas não deixei de falar para um dos caras mais respeitados da minha banca que ele não tinha lido meu trabalho direito pra me fazer uma pergunta daquelas. Naquela ocasião, meu orientador confessou que dava um certo medo de mim, quando eu resolvia encrencar com alguma coisa.
Com o tempo eu fui ficando mais macia. Uma grande amiga minha diz que a maneira como a pessoa se relaciona com o mundo é reflexo da maneira como se relaciona consigo mesma.
De fato: foram acontecimentos da década seguinte que me fizeram olhar para a vida de uma forma mais maleável.
Na época da faculdade eu ainda não tinha percebido o quanto era refém de mim mesma.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Me preparando para o vestibular
Na década de 90, a Fuvest resolveu inovar nas propostas de redação. Muita gente chiou, mas eu achei um ótimo. O mundo estava começando a ficar com a minha cara. Quem sabe eu não tinha mesmo chances de entrar na USP, apesar do curso técnico?
Meu ano de cursinho foi um dos mais cansativos e felizes da minha vida.
Eu devorava aquelas aulas de história geral, história do brasil, geografia e literatura do Anglo. Era como reencontrar amigos queridos que há muito tempo eu não via. E como eram inteligentes, bons de papo, bem humorados, esses meus amigos! Nem sentia o tempo passar.
Meu combinado comigo era aprender o máximo durante as aulas. Não me propunha a estudar nada fora do horário, mesmo porque eu estudava no SENAI das 6:15 às 16:45 (pra aprender desde cedo a ser peão). Era aprender ou largar.
Eu tinha dois melhores colegas no cursinho. Dois que estavam ali pra valer, como eu. Foi com um deles que eu assisti ao show do U2, algum tempo depois.
Foi no cursinho que aprendi a tomar chá mate. Promoção: 1 mate e dois pães de queijo na lanchonete da rua ao lado. E era baratíssimo.
Um dia em que eu voltava do cursinho, a lua estava gigante e minha música preferida começou a tocar no rádio. Era um sinal de que tudo ia dar certo.
E tudo deu certo.
(detalhe: passei no vestibular com maior número de acertos nas matérias de humanas - praticamente gabaritando história e português na segunda fase. Um feito incrível para quem tinha emburrecido durante 4 anos nessas disciplinas...)
Meu ano de cursinho foi um dos mais cansativos e felizes da minha vida.
Eu devorava aquelas aulas de história geral, história do brasil, geografia e literatura do Anglo. Era como reencontrar amigos queridos que há muito tempo eu não via. E como eram inteligentes, bons de papo, bem humorados, esses meus amigos! Nem sentia o tempo passar.
Meu combinado comigo era aprender o máximo durante as aulas. Não me propunha a estudar nada fora do horário, mesmo porque eu estudava no SENAI das 6:15 às 16:45 (pra aprender desde cedo a ser peão). Era aprender ou largar.
Eu tinha dois melhores colegas no cursinho. Dois que estavam ali pra valer, como eu. Foi com um deles que eu assisti ao show do U2, algum tempo depois.
Foi no cursinho que aprendi a tomar chá mate. Promoção: 1 mate e dois pães de queijo na lanchonete da rua ao lado. E era baratíssimo.
Um dia em que eu voltava do cursinho, a lua estava gigante e minha música preferida começou a tocar no rádio. Era um sinal de que tudo ia dar certo.
E tudo deu certo.
(detalhe: passei no vestibular com maior número de acertos nas matérias de humanas - praticamente gabaritando história e português na segunda fase. Um feito incrível para quem tinha emburrecido durante 4 anos nessas disciplinas...)
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Como deixei de ser técnica
Na década de 90 morreram Cazuza, Renato Russo, Ayrton Senna, Mamonas Assassinas... Morreu também uma futura técnica de automação da manufatura.
Foi na aula de literatura que isso aconteceu. Péssima era pouco: aquelas aulas eram abaixo de qualquer crítica. Vejam se faz algum sentido terminarmos todo o conteúdo de literatura um semestre antes do curso acabar, sendo que a carga horária de humanas é extremamente reduzida no curso técnico. Mas foi isso que a professora declarou que aconteceu.
De forma que, no último semestre, ela nos deixou livres para "criar nosso próprio movimento cultural-literário". Poderíamos falar sobre qualquer coisa, de qualquer forma que quiséssemos. Depois ela informou que poderíamos fazer qualquer coisa com aquilo que tínhamos ou não tínhamos feito (não seria mais preciso entregar ou apresentar o trabalho).
Mas o fato é que eu decidi fazer um vídeo. E aquilo foi um divisor de águas na minha vida. Há anos não tinha tanto estímulo para fazer alguma coisa. Certamente era melhor do que programar robôs e projetar circuitos...
E foi assim que dei uma guinada na vida e fui prestar vestibular em comunicação. Queria fazer cinema, mas eram cinco as disciplinas na segunda fase da Fuvest, contra duas da publicidade. E eu tinha clareza do quanto teria que remar para ter alguma base mínima para passar no vestibular.
Como consegui é tema para outro post.
Foi na aula de literatura que isso aconteceu. Péssima era pouco: aquelas aulas eram abaixo de qualquer crítica. Vejam se faz algum sentido terminarmos todo o conteúdo de literatura um semestre antes do curso acabar, sendo que a carga horária de humanas é extremamente reduzida no curso técnico. Mas foi isso que a professora declarou que aconteceu.
De forma que, no último semestre, ela nos deixou livres para "criar nosso próprio movimento cultural-literário". Poderíamos falar sobre qualquer coisa, de qualquer forma que quiséssemos. Depois ela informou que poderíamos fazer qualquer coisa com aquilo que tínhamos ou não tínhamos feito (não seria mais preciso entregar ou apresentar o trabalho).
Mas o fato é que eu decidi fazer um vídeo. E aquilo foi um divisor de águas na minha vida. Há anos não tinha tanto estímulo para fazer alguma coisa. Certamente era melhor do que programar robôs e projetar circuitos...
E foi assim que dei uma guinada na vida e fui prestar vestibular em comunicação. Queria fazer cinema, mas eram cinco as disciplinas na segunda fase da Fuvest, contra duas da publicidade. E eu tinha clareza do quanto teria que remar para ter alguma base mínima para passar no vestibular.
Como consegui é tema para outro post.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Estágio no IPT
Durante meu estágio no IPT, eu construi um leitor parecido com o que hoje reconhece as placas dos carros para multar. Orgulho do papai!
Vi a galera comer muito "arroz selvagem" e suco de "tutti frutti" às sextas-feiras no restaurante da firma. Sem contar o insuperável sorvete interativo (sua imaginação define o sabor da sobremesa - fantástico!). Mas também tínhamos bons momentos (a sopa de queijo no inverno era demais!).
Fiz bons amigos que hoje não vejo mais.
Alguns with benefits.
Vi a galera comer muito "arroz selvagem" e suco de "tutti frutti" às sextas-feiras no restaurante da firma. Sem contar o insuperável sorvete interativo (sua imaginação define o sabor da sobremesa - fantástico!). Mas também tínhamos bons momentos (a sopa de queijo no inverno era demais!).
Fiz bons amigos que hoje não vejo mais.
Alguns with benefits.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Inglaterra
Houve uma forte onda de Pagode nos anos 90.
Minha mãe quis me afastar disso e me mandou pra Londres, pra oxigenar um pouco a cabeça e olhar pra tudo em perspectiva. Funcionou. Foram 6 semanas de solidão que me salvaram de uma das vidas que eu poderia ter tido.
Não foi fácil. Eu era, realmente, uma estrangeira. Uma turista. Eu não cabia. Vi tantas coisas legais, conheci tanta gente, mas era como se eu estivesse alheia a tudo, numa bolha.
Lá eu não fui cosmopolita e independente como eu me orgulharia de ter sido. Lá as minhas velhas táticas não funcionavam. Lá eu não conquistei tudo o que quis. Lá eu poderia ter fortalecido algumas boas amizades. O problema é que lá, bem no fundo, eu queria estar aqui.
Mas eu não estava aqui, então eu tive que me virar.
Com isso descobri que eu sou capaz de me adaptar. Descobri que os limites que parecem existir pras nossas ações são, muitas vezes, criados por nós mesmos (e há muito terreno do outro lado da cerca). Me comportei de formas diferentes que ainda continuam disponíveis, se assim eu escolher.
A Inglaterra me ampliou os horizontes em todos os sentidos. Fez com que eu me encontrasse, pelo meu oposto.
E fez com que eu voltasse ainda mais brasileira, mas gostando menos de pagode.
Assim, alguns dias depois, eu fiz o que tinha que fazer...
Minha mãe quis me afastar disso e me mandou pra Londres, pra oxigenar um pouco a cabeça e olhar pra tudo em perspectiva. Funcionou. Foram 6 semanas de solidão que me salvaram de uma das vidas que eu poderia ter tido.
Não foi fácil. Eu era, realmente, uma estrangeira. Uma turista. Eu não cabia. Vi tantas coisas legais, conheci tanta gente, mas era como se eu estivesse alheia a tudo, numa bolha.
Lá eu não fui cosmopolita e independente como eu me orgulharia de ter sido. Lá as minhas velhas táticas não funcionavam. Lá eu não conquistei tudo o que quis. Lá eu poderia ter fortalecido algumas boas amizades. O problema é que lá, bem no fundo, eu queria estar aqui.
Mas eu não estava aqui, então eu tive que me virar.
Com isso descobri que eu sou capaz de me adaptar. Descobri que os limites que parecem existir pras nossas ações são, muitas vezes, criados por nós mesmos (e há muito terreno do outro lado da cerca). Me comportei de formas diferentes que ainda continuam disponíveis, se assim eu escolher.
A Inglaterra me ampliou os horizontes em todos os sentidos. Fez com que eu me encontrasse, pelo meu oposto.
E fez com que eu voltasse ainda mais brasileira, mas gostando menos de pagode.
Assim, alguns dias depois, eu fiz o que tinha que fazer...
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
São Pedro
Enquanto as distâncias iam diminuindo para a informação e para a economia, eu começava a percorrer algumas distâncias maiores, contadas em milhares de quilômetros.
Nos anos 90, minha mãe se exonerou do estado. Isso fez um bem danado para a renda familiar e nos possibilitou viajar para lugares diferentes de Ribeirão Preto e Franca, casa dos meus avós e primas.
A primeira vez que eu andei de avião eu o dirigi. Foi num teco-teco, em São Pedro, antes de chegarmos ao Hotel Fazenda Guarany. A gente estava justamente conversando no carro sobre a nossa vontade de andar de avião algum dia. Eis que meu pai vê um aeroporto na beira da estrada, decide entrar, e alguns minutos depois lá estávamos nós, voando...
Não foram poucas as vezes que errei na hora de puxar e empurrar o manche e o piloto teve que intervir. O mesmo talento que tenho para perder nos jogos de videogame coloquei em ação naquele vôo. Não preciso dizer que minha mãe não gostou nada da experiência.
É muito louco se aproximar demais de uma montanha de avião. De repente aquela forma geométrica verde quase lisa começa a ganhar textura, instantaneamente. Parece videoclipe.
Depois que voltamos para a terra firme, me diverti muito com um outro meio de transporte: o lombo do cavalo.
Viajar é muito bom.
Nos anos 90, minha mãe se exonerou do estado. Isso fez um bem danado para a renda familiar e nos possibilitou viajar para lugares diferentes de Ribeirão Preto e Franca, casa dos meus avós e primas.
A primeira vez que eu andei de avião eu o dirigi. Foi num teco-teco, em São Pedro, antes de chegarmos ao Hotel Fazenda Guarany. A gente estava justamente conversando no carro sobre a nossa vontade de andar de avião algum dia. Eis que meu pai vê um aeroporto na beira da estrada, decide entrar, e alguns minutos depois lá estávamos nós, voando...
Não foram poucas as vezes que errei na hora de puxar e empurrar o manche e o piloto teve que intervir. O mesmo talento que tenho para perder nos jogos de videogame coloquei em ação naquele vôo. Não preciso dizer que minha mãe não gostou nada da experiência.
É muito louco se aproximar demais de uma montanha de avião. De repente aquela forma geométrica verde quase lisa começa a ganhar textura, instantaneamente. Parece videoclipe.
Depois que voltamos para a terra firme, me diverti muito com um outro meio de transporte: o lombo do cavalo.
Viajar é muito bom.
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