quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Livros infantis

Os anos 80 foram repletos de palavras. Houve, no Brasil, um boom na literatura infanto-juvenil, impulsionada pela priorização dada à formação de leitores e embalada pelo discurso de redemocratização do país.

Minha mãe nunca me deu livros para ler sem que ela própria lesse um por um até aprovar a qualidade e os "ensinamentos" que as histórias traziam em seu bojo.

Contos de fadas tradicionais, por exemplo, eu conheci fora de casa. Minha mãe nunca quis que eu me educasse para esperar ser salva por um príncipe encantado, nem que eu acreditasse que pessoas eram sempre boas ou sempre más, nem que eu tivesse a ilusão de que ser bela me resolveria todos os problemas.

Alguns livros que eu li quando pequena guardo até hoje por serem realmente de grande significado para mim.

"Pequenininha" é um deles. Conta a história de uma menina que passa um dia na casa da avó e descobre um quarto de coisas antigas. É narrado por uma pessoa adulta - provavelmente o pai da Maia - que fica matutando na sua vontade de guardar a menina no bolso. No final, ele acaba concluindo que se fizesse isso, ela nunca iria perdoá-o por ter deixar de viver tantas aventuras.

"Procurando firme" é a história de uma princesa muito geniosa, chamada Linda Flor, que não gostava dos príncipes que apareciam para salvá-la, que ficava com vontade de fazer os cursos que o irmão fazia para correr o mundo (ao invés dos que ela fazia para ser prendada) e um dia deu um susto em todo mundo quando decidiu colocar seus planos em prática. Saiu "procurando não sei o quê, mas procurando firme!"

Um outro que eu gosto bastante é do "Nicolau teve uma idéia", sobre um homem que ia falando com as pessoas e ia aumentando seu repertório de idéias. Gostava do conceito, mas pra dizer a verdade, nem me lembro muito bem de como terminava.

Esses livros me ensinaram que mais legal é ser pró-ativo, se lançar, ir descobrindo coisas e ir se descobrindo no caminho. Que é legal refletir e ter memórias. Que tendo as perguntas, algum dia a gente chega nas respostas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Arroz, Feijão e Abobrinha ajudava o Bruno a comer...a menina escondia comida atrás do açucareiro, Histórias para Dormir o ajudava a dormir sem sobressaltos, era uma coisa mítica e mágica...os do Ziraldo divertiam e os da Tatiana Belinky faziam pensar...bendito boom....