domingo, 7 de novembro de 2010

Preciosidades

Foram tantas preciosidades este ano e tão pouco tempo para escrever que já me vejo fazendo uma nova retrospectiva, ao estilo daquela das décadas.

Já-já as férias chegam. Aguardem!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vida de facilitadora - parte 1

Esse foi um dia para guardar para a posteridade. Acabei de voltar da facilitação do 4º encontro de um processo de formação para gestores escolares. Mesmas escolas, dois períodos, dois grupos muito diferentes.

Esse 4º encontro foi um momento de inflexão. No final do 3º encontro, uma gestora do grupo da tarde nos dá uma informação valiosa: ela gostaria de falar menos e receber mais de nossas formações.

Somos contrutivistas. Queremos construir a partir do que nos traz o grupo. Especificamente nesse caso, entendíamos que em nossas discussões muitas trocas preciosas estavam acontecendo, no sentido de questionar algumas crenças limitadoras cultivadas por eles. Mas não adianta o formador enxergar isso, se o participante não enxerga.

Foi um período de planeamento intenso, de muitos auto-questionamentos e muito trabalho de resgate daquilo que tínhamos considerado pérolas, para reuni-las e exibi-las numa vitrine, iluminando-as.

No primeiro grupo, nem foi preciso colocar as peças na vitrine. Alguns participantes chegaram radiantes com os resultados que já começavam a obter a partir de nossas propostas de reflexão (exercícios de visão de futuro, diagnósticos da situação atual, escrita da história institucional da escola). Me senti plena e surpresa. Para algumas pessoas o processo tinha sido ainda mais rico do que o imaginado nos meus sonhos mais irrealistas.

No segundo grupo, descobrimos que tratava-se de uma unanimidade contrária àquele formato de formação. Queriam textos de teóricos, que inspirassem a reflexão. De alguma forma foi o que adivinhamos pelas poucas palavras que, num gesto corajoso e amoroso de uma delas, decidiu fazer a crítica a quem era de direito. Mudamos e isso foi reconhecido pelo grupo. Só então acreditaram que tinham voz e que, de fato, podiam ser ouvidos. Só então puderam ouvir a nossa voz, que reinteradamente afirmou isso, sem sucesso.

Seguiremos num caminho de aporte de idéias, informações, conhecimento e reflexões mais denso, oferecido pelos teóricos, valorizado por ambos os grupos.

Graças a algumas pessoas do primeiro grupo, seguirei mais confiante nas potencialidades da formação com o formato que concebi inicialmente. Graças ao segundo grupo, seguirei mais desconfiante de que esse é um processo a ser oferecido para poucos (e bons).

sábado, 1 de maio de 2010

Senzala Particular

Para bom entendedor, a última frase do post anterior basta. Sim, existe uma coisa me atrapalhando a vida.

Este ano voltei a estudar bastante. Estou com sede de novos aprendizados, quero entrar no mestrado, enfim...

Descobri que permanece intacta aquela minha velha conhecida: colecionadora de notas máximas, arrebatadora de corações e suspiros docentes. Me sinto em casa, mas não é difícil perceber que este é um lugar terrível.

Essas duas últimas semanas foram excessivamente exigentes no trabalho. Me faltaram horas para realizar aquelas coisas que são - escancaradamente - prioridades para mim (o que me deixa bem triste e mau-humorada).

E o motivo de tanto trabalho é, basicamente, essa tal pessoa que eu sou. Não posso, não tenho recursos para conviver com a idéia de que os outros (sim, esse "ente", abstrato, sem cara, sem nome) me associem a resultados muito inferiores à nota máxima. Porque em algum lugar do meu subconsciente deve estar escrito que eu só serei reconhecida, aceita, amada, se eu tirar a nota máxima.

Esse lugar humano, da possibilidade de errar sem sofrer e, ok, de ser considerada menos inteligente em função disso - qual é o problema? - é o meu "desconhecido". E como todo desconhecido, desperta medo.

Ressalva: até aceito o erro, desde que eu tenha feito todo o meu melhor. O seja: o que não aceito é a leveza do compromisso com limites.

Atire a primeira pedra quem não tem a sua senzala particular - ainda que ela tenha vista para o mar.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sobre a ausência

Um amigo me cobrou que eu fizesse uma forcinha pra postar algumas vezes no ano. Fato é que quando a coisa tem que vir, vem mesmo, com força total, sem precisar da ajuda da gente.

Escrever nesse blog tem como funções primordiais desopilar e organizar os pensamentos. Se for coisa simples, não rende muito texto. Se for coisa complexa, se atrapalhar bastante a vida (do ponto de vista da autora, é claro), então podem me esperar que estarei por aqui.

Portanto, meus queridos e resilientes leitores (escuto um eco na platéia?), não se preocupem com minhas ausências. Se eu não estiver por aqui, é sinal de que está tudo bem.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dia de Aniversário

Dia de aniversário é sempre um encontro marcado - com a alegria ou com a tristeza. Basicamente por ser carregado de expectativas, quase sempre muito pessoais (emocionais).

O dia do seu aniversário é precisamente o dia em que você se dá muita importância. Perfeito - isso é bastante apropriado a qualquer tempo, diga-se de passagem. O problema é quando se espera o mesmo, de forma desenfreada, por parte de todas as demais pessoas do universo.

É sempre bom lembrar que pessoas continuam vivendo nos dias em que acontecem aniversários de outras pessoas: enfrentam dias difíceis no trabalho, brigam com seus namorados, conquistam o emprego dos sonhos, perdem pessoas queridas, fazem as pazes com o mundo, se esquecem das coisas... enfim, lidam com suas próprias vidas, cheias de desafios.

Então, o que de melhor o aniversariante faz, no seu próprio aniversário, é festejar consigo mesmo. É comemorar a existência desse ser que pensa como ele, sonha como ele, realiza o que é possível no ritmo dele e que merece toda sua própria consideração.

E que sejam bem-vindos os outros, se quiserem, se lembrarem, se calhar, para participarem da festa!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Uma nova década

Janeiro foi um mês que não pareceu passar depressa demais. A teoria de que o tempo passa mais rápido quanto menos coisas diferentes você faz na sua vida tem mesmo uma boa chance de ser verdade.

2010, já percebi, será um ano sem par - em que estudarei muito, por absoluta vontade. O ano em que já comecei a fazer mestrado antes mesmo de decidir o tema do projeto que submeterei para pleitear minha vaga no programa. O ano em que nem bem começou e - lá estou eu: imergindo e viajando para buscar conhecimento em outras terras.

Pela primeira vez estudo coisas que são exatamente o que eu quero crescer para ser.

Antes, minhas opções haviam sido por "ampliar o leque de possibilidades", "diversificar", "me diferenciar" de outros que estivessem nas minhas redondezas. Acabei virando periferia sem ter centro.

Essa etapa acabou. Já era tempo. Que mês tão feliz!