domingo, 30 de setembro de 2007

Economistas

Estudar economia foi uma grande experiência na minha vida e senti muito a falta dela quando minha pós acabou. A boa notícia é que acabo de encontrar blogs que poderão suprir em parte minhas carências de "contrapontos econômicos".

Existe essa classe de pessoas que se dedicam a investigar todas as minhas ingenuidades organizacionais-sociais e prová-las equivocadas por A + B, com gráficos, causas e conseqüências perfeitamente lógicas.

Apesar de tanta inteligência, os economistas nunca conseguiram propor algo que efetivamente resolvesse certos problemas que eu enxergo. Talvez porque eles não enxerguem ou não acreditem que alguém deva se meter a resolvê-los unilateralmente. Essas entidades difusas, chamadas de "mãos" ou "equilíbrios" darão sempre conta dos recados.

Lamentações à parte, continuo pensando no que fazer pelo Brasil e os economistas têm muito a acrescentar nesse sentido.

Eis os links:
http://bdadolfo.blogspot.com/
http://gustibusgustibus.wordpress.com/

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Classificação: 248

99% ficaram para trás.
Mas não o suficiente.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Arquétipos

Ontem fiz um teste ergométrico. Teste chato, baseado no limite do esforço e do cansaço do paciente. Fiquei com a impressão de ter pedido pra parar um pouco antes do que poderia. Saí do laboratório com a forte idéia de que tenho pouca tolerância ao esforço.

Também me lembrei de ter chegado à conclusão de que tenho pouca tolerância à dor. É só ficar um com uma dorzinha de barriga que já começo a achar que sou a criatura mais infeliz e injustiçada do planeta.

A junção dessas duas características faria de mim, no mínimo, uma pessoa mimada e nojenta - perfil no qual eu absolutamente não me reconheço. Meu querido marido foi o responsável por jogar uma importante luz nessa questão.

Ele me lembrou que (um dia vou falar sobre a minha memória seletiva - que funciona que é uma beleza!!!) sou incansável e inabalável, dependendo do motivo pelo qual estou agindo. Me deu alguns exemplos e pelo processo dialético - tese, antítese e síntese - cheguei a uma nova e esclarecedora teoria.

Meu pensamento funciona por arquétipos. Se o sofrimento em questão pertence à constelação semântica do "Guerreiro", do "Mártir", do "Estadista", do "Revolucionário", então ele adquire status de totalmente aceitável e suportável. Se, pelo contrário, o sofrimento tem ares de "submisso", "escravo", "subjulgado", "judiado", então pra mim é impossível sequer pensar em conviver com ele. Muitas pessoas já me alertaram para certos pensamentos 8 ou 80 que costumo ter. Alertas que eu sempre tratei de forma 8 ou 80.

Sempre achei muito nobres e cheios de dignidade os arquétipos da primeira lista. Mas essas pessoas imaginárias são umas completas incompetentes em áreas que eu tenho tentado fortalecer. Aqui temos uma mudança importante: o valor que dou a minhas antigas referências mudou.

Agora, falando sobre o processo de pensamento em si: é um erro transformar todas as situações reais - com seus cinzas, nuances e misturas - em situações arquetípicas - puras, maniqueístas, simples de julgar. Irreais, em resumo. (justiça seja feita: a cada afirmação que faço, vêm como acompanhamentos 2 ou 3 ressalvas e/ou atenuantes, o que diminui a característica maniqueísta original).

Mas, querem saber a verdade? É só dar a entender que pretendo abandonar essa forma de pensar que já começo a sentir saudades. Vocês conseguem imaginar o que é ter sempre uma peça em cartaz dentro da cabeça? Metáforas, Dramas, Romances, Comédias, Aventuras, Ação!

Tudo isso me lembra uma propaganda do Free - só ele é assim - em que uma moça-artista (com latas de tinta colorida) ia e voltava num enorme balanço pendurado no teto. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum.

Talvez eu tenha sido feita pra não crescer.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Hesitação ou"uma parte da minha cebola"

Dom Casmurro é genial. Pelo fato do narrador ser em primeira pessoa é impossível ter certeza da adequação de qualquer percepção ou julgamento expresso no livro.

Talvez seja por ter lido Dom Casmurro cedo demais; talvez seja por ter uma mãe que leu, releu, estudou e nos educou considerando os diversos Dom Casmurros de sua própria história; talvez seja simplesmente por ter auto-estima paradoxalmente baixa nessa altura da vida e dos acontecimentos...

O fato é que lá no fundo eu sei que não posso acreditar nas minhas percepções e nos meus julgamentos. Sim, também sei que eles são os únicos dos quais posso me valer. E é por isso que trabalho com eles: pela falta de outros melhores.

Consequência direta desse fato é que eu estou sempre repensando, sempre revendo, sempre hesitante, sempre semi-desistindo de tudo.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Concursando

Que me perdoem os especialistas,
mas didática (ou texto bem escrito) é fundamental.

Se tudo der certo, no próximo ano é "vem pra Caixa você também".
Boa sorte pra mim.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Apartamento

Depois de muito pesquisar apartamentos e afins, nos mais diversos locais e com as mais diversas configurações e obter sempre o mesmo reaultado final (frustração), resolvi dar um ultimatum neste objetivo e mudar a lógica das coisas.

Não quero mais encontrar "o melhor possível, dentro das nossas possibilidades, desde que dentro de certos critérios", conjunto esse pertencente ao grupo dos inexistentes.

Vamos tentar encontrar "o que realmente queremos nesse momento, independente do preço, sem chutar o pau da barraca" - para então fazermos um plano de mais longo prazo, com metas intermediárias, etc, etc, etc.

Legal. Então vamos ver... Achei! Acho que é esse! Uau, é caro. Quanto esse dinheiro rende na poupança? Caramba! Quanto é o aluguel no mesmo prédio? O-ou!

Sério: a juros de poupança que são baixinhos, o dinheiro rende mais parado no banco. Então vou deixar o dinheiro parado no banco, oras!

Problema resolvido.

Até parece.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Sessão Nostalgia

Uma noite de histórias da sua época de criança na casa do seus pais.
Todo mundo merece uma.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Já que o assunto é inevitável...

Bom, vamos falar logo sobre isso, pra não ficar ultrapassado. Já aviso que o assunto é chato.

O episódio Renan Calheiros me deixou mal. Não pela coisa em si, porque dessas a gente já viu (e todos os dias vê muitas microcoisas parecidas). Me deixou mal porque por alguns instantes eu concordei que talvez não haja nada que possamos fazer por nossas almas.

Me arrependi de absolutamente todos os votos que dei e que deram em alguma coisa (também votei para alguns políticos que não foram eleitos). Um arrependimento de mãos atadas de quem não saberia em que outro fulano poderia depositar seu pequeno prezado direito.

Minha impressão é de que se nós, os humildemente auto-intitulados "bem intencionados", não entrarmos urgentemente para a política, não adiantará nada ficarmos pesquisando e esperneando depois de tudo ter dado errado mais uma vez. Além do mais, não há muito o que concluir a respeito de votações secretas.

Também me vem à cabeça a frase de um certo professor de economia. Ele afirmava que o bicho político é muito sensível a mensagens claras da sociedade. O problema é que mensagens claras nascem de grupos coesos, de assuntos bem discutidos. E o Brasil, infelizmente para este caso, é muito grande, muito diverso e muito pouco dado a papos sérios demais. Será que é possível criar fóruns de discussão política realmente representativos?

Os dois últimos parágrafos parecem duas fênix renascendo em meio às cinzas. Duas esperanças - bem mais complexas do que aquelas que eu tinha anteriormente - mas, de qualquer forma, duas esperanças.

O ideal seria que a partir de agora as esperanças evoluíssem pra alguma coisa mais concreta.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Busca pela própria identidade - essa Odisséia

Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso

Não, não gosto dos bons modos, não gosto


Eu gosto dos que têm fome

Dos que morrem de vontade

Dos que secam de desejo

Dos que ardem

(Adriana Calcanhoto)


Querer é muito difícil - conseguir o que se quer é incomparavelmente mais fácil. Querer se desaprende com a educação. (É mais conveniente aquele que prefere ceder à lutar - e quando a regra é lutar, quem ousará dizer que tem outros planos?)

Se é difícil lidar com as exigências de fora, é enlouquecedor lidar com as exigências de dentro. E após algumas décadas dessa confusão que se torna um hábito, é praticamente impossível discernir que voz é de quem.

A felicidade - vista por muitos como um objetivo - pra mim funciona muito mais como um termômetro, uma bússola. Identificar aquelas coisas que me trazem alegria é o caminho mais seguro até mim mesma. Nos outros momentos, é grande a chance de eu estar fingindo ser outra pessoa.

Ainda não sei exatamente o que quero, mas estou a caminho.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Lembranças da Caixa de Pandora

18 de maio de 2004. Quanto tempo. Quanta água debaixo da ponte. Quantos problemas superados. Quantos ainda a superar. Quantos novos problemas, frutos da mudança para a fase 4 desse "Jogo do desconhecido".

Naquela época eu era assídua. Naquela época eu era poética. De um estilo literário circular e cheio de lacunas. Assim, mais pessoas podiam se identificar e se aproximar; assim, raras pessoas podiam me identificar completamente, deixando a aproximação dentro dos limites do saudável.

Se hoje não me lembro de quais foram os motivadores de tantas coisas que escrevi é porque elas devem ter tido uma importância apenas momentânea. Mas quem pode saber se não são justamente as importâncias momentâneas que mais alteram o rumo da nossa história? Além do mais, olhar para pequenos significados sempre foi um deleite à parte.

As interações, como eram estimulantes! A ponto de causar dependência, é verdade. Blogs são os habitats mais propícios para tratar de certo tipos de assuntos, sem soar estranho. E de receber contribuições de pessoas tão distantes entre si, separadas pela história e pela geografia.

Tapetes de Penélope é um pouco saudades, um pouco projetos, um pouco permissão para tecê-los e desfiá-los, tanto quanto for necessário esse ir-e-vir.