sábado, 6 de dezembro de 2008

Eu, bebê.

Existem memórias que nao são nossas, mas acabam integrando nossa história como se fossem. É o caso do "dia em que a família inteira passou mal".

Meu pai conta que foram todos comer num restaurante e a comida estava estragada. Eu me salvei pois só comia papinha naquela época. Até hoje ele se admira de naquele dia - eu tinha 1 ou 2 anos - eu parecer ter percebido que algo não ia bem com as pessoas. Não amolei em momento algum. Fiquei a tarde inteira brincado sozinha, quietinha, com meus brinquedos.

Também ele contava que eu praticamente nasci de olho aberto e saí da maternidade já querendo comer o mundo com os olhos.

O fato de meu pai ter me contado essas e outras histórias sobre mim me fez ter uma imagem sobrenatural, extraordinária, de mim mesma bebê.

Há alguns meses meu pai transformou uns filmes super 8, que estávam há muito tempo guardados sem termos forma de asistir, em DVD. Foi muito estranho ver meus gestos, meus interesses, meus movimentos, minhas birras. Elas eram típicas de um bebê como qualquer outro. Eu não era mais brilhante que ninguém, afinal!

A corujisse de um pai, essa sim, pode ser extraordinária, brilhante, sobrenatural.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa deve ser uma forma de inconsciente coletivo né? Essas histórias que acompanham a família sobre as habilidades sobrenaturais de alguns bebês....as minhas são puramente patológicas...eczemas, rinites. amidalites, e vamo pará por aí, mas eu sempre fui o mais resistente da família. É a corujice transformando um ser cascudo e ranhento num símbolo de resistência!! Haja!!
RS
ABs