sábado, 1 de maio de 2010

Senzala Particular

Para bom entendedor, a última frase do post anterior basta. Sim, existe uma coisa me atrapalhando a vida.

Este ano voltei a estudar bastante. Estou com sede de novos aprendizados, quero entrar no mestrado, enfim...

Descobri que permanece intacta aquela minha velha conhecida: colecionadora de notas máximas, arrebatadora de corações e suspiros docentes. Me sinto em casa, mas não é difícil perceber que este é um lugar terrível.

Essas duas últimas semanas foram excessivamente exigentes no trabalho. Me faltaram horas para realizar aquelas coisas que são - escancaradamente - prioridades para mim (o que me deixa bem triste e mau-humorada).

E o motivo de tanto trabalho é, basicamente, essa tal pessoa que eu sou. Não posso, não tenho recursos para conviver com a idéia de que os outros (sim, esse "ente", abstrato, sem cara, sem nome) me associem a resultados muito inferiores à nota máxima. Porque em algum lugar do meu subconsciente deve estar escrito que eu só serei reconhecida, aceita, amada, se eu tirar a nota máxima.

Esse lugar humano, da possibilidade de errar sem sofrer e, ok, de ser considerada menos inteligente em função disso - qual é o problema? - é o meu "desconhecido". E como todo desconhecido, desperta medo.

Ressalva: até aceito o erro, desde que eu tenha feito todo o meu melhor. O seja: o que não aceito é a leveza do compromisso com limites.

Atire a primeira pedra quem não tem a sua senzala particular - ainda que ela tenha vista para o mar.