domingo, 23 de novembro de 2008

Primeiro amor

Nos anos 80 eu tive um amor de infância.

Daqueles que ele gosta de você quando você não gosta dele e no momento seguinte invertem-se os papéis. O nome dele era Rodrigo Mateus de Souza Campos, meu melhor amigo.

A "revelação" aconteceu num dia na 2ª série em que a professora perguntou se ele casaria com ela, quando crescesse. O Rodrigo tinha um tipo físico assim, de um futuro Raí, sabe? A professora não era boba nem nada. Mas a resposta do garoto foi não, porque "gostava de outra pessoa". Todos ficaram muito curiosos e atentos a partir daí. Até todo mundo perceber que não tinha pra ninguém. Era de mim mesmo que ele gostava.

Eu imaginava, toda vez que escutava "Quase sem querer", do Legião Urbana (e não era pouco), que era ele quem cantava a música pra mim. Durante o acantonamento, conheci a "Olhar 43", do RPM, e foi nele que pensei enquanto entendia só metade da letra.

Conversar com o Rodrigo foi importante quando meu pai viajou para o Japão. O pai dele também tinha ficado um tempinho no exterior e ele me garantiu que, apesar da saudade, o tempo passava rápido.

Também tenho certeza que ele votou em mim naquela pesquisa feita pelos jornaizinhos da 4ª série, na seção "a menina mais legal na opinião dos meninos". Ganhei com boa margem aquela pesquisa. Pena que, por algum motivo que hoje eu não consigo precisar, não achava viável passar o recreio com os meninos (isso teria me poupado um pouco do sofrimento relatado anteriormente).

Respirei aliviada quando, na festa mais legal de todos os tempos (à qual eu não fui), aconteceram muitos primeiros beijos, mas nenhum com ele.

A história, como qualquer história de amor infantil que se preze, não teve muitos desdobramentos.

Depois que a escola fechou, ele foi para o Ítaca, eu para o Galileu. Ainda o vi saindo pelo portão uma vez, quando passava de carro, voltando pra casa.

Encontrei o Rodrigo depois de muito tempo, quando fui prestar vestibular na ESPM (eu publicidade, ele administração). Nada parecido com o Raí. Depois soube que ele foi pra Ribeirão Preto. Isso é tudo.

Algumas pessoas nunca vão saber a importância que tiveram na curta vida de outras.

A não ser que, inadvertidamente, um dia digitem seu próprio nome no Google e caiam no blog de alguém que fez uma retrospectiva dos anos 80, quase vinte anos depois.

5 comentários:

Anônimo disse...

Tô amando essa retrospectiva... cada vez que eu leio sou transportada para as minhas próprias lembranças e dá aquela saudade!

? disse...

Oi Camila... estamos lendo seu relato de primeiro amor, o quase Raí, 20 anos depois... divertida a história ele está aqui em Ribeirão Preto ainda, mas sempre vamos para Sampa visitar seus pais. Você ainda mora em São Paulo? beijos
Daniela e Rodrigo Campos

Camila disse...

Não acredito. Não acredito! Não acredito!!! Foi o Google mesmo, não foi? Ah, esse Google...

Que máximo!

Sim, ainda moro em São Paulo, próximo à Vila Madalena. Também casada e - agora mais do que nunca - morrendo de curiosidade de conhecer vocês.

Não tenho outra forma de entrar em contato (a não ser por aqui) para combinarmos alguma coisa.

Vou deixar um e-mail de SPAM que eu tenho pra você me escrever, ok? camilarigo @ yahoo . com. br

Avisa pelo blog senão eu fico sabendo que você enviou, certo?

Que máximo...

? disse...

Pois é menina, eu Daniela, pode chamar de Dani, queria saber se o Rodrigo tinha saído num resultado de concurso... como eu não sabia o site e ele estava no telefone, coloquei no google e li seu comentário e dei risada, achei o máximo... Não achei o concurso, mas depois que ele desligou eu perguntei se eu podia lhe responder... o Gustavo, que estudou com vcs ( Gus) foi nosso padrinho de casamento. Vou anotar seu email e a gente te escreve para combinarmos , viu? Eu sempre falei que ele se parecia com o Raí, hehehe...Um beijo

? disse...
Este comentário foi removido pelo autor.