quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ensaio sobre a razão

Sou ferrenha defensora da racionalidade (mesmo porque faz parte do instinto de sobrevivência as pessoas defenderem aquilo que predominantemente são).

Olhar a vida pelos olhos da razão faz com que a gente se localize melhor no mundo. Vamos paulatinamente entendendo melhor suas dinâmicas, as forças que nele atuam, seus elementos constituintes. Ficamos gradativamente menos ingênuos e menos reféns das situações (na hipótese, claro, de estar ao nosso alcance fazer algo a nosso favor).

Olhar pra si pelos olhos da razão nos faz mais senhores de nós mesmos. O livre-arbítrio, na minha opinião, joga no time da razão (se bem que, pensando melhor, pode haver controvérsias a esse respeito). Mas vá lá: os objetivos, os planos, a realizações, definitivamente não ocorrem por impulso ou acaso.

É claro que nem tudo são flores na vida de um racional inveterado. Especialmente quando ele é possuído pela obsessão/ilusão de pretender chegar ao grau máximo da evolução de sua espécie: a coerência. Se, além de coerente ele ainda quer ser lembrado como exemplo de bondade, ética ou sabedoria, aí danou-se.

Ia dizer que a pessoa racional aprende mais rápido, podendo mais rapidamente superar as ilusões, mas acho que isso é uma grande bobagem. O auto-engano está aí, à disposição de todos, para os mais diversos fins. O auto-engano é do território da emoção - e ninguém está livre dele. Conclusão aristotélica: ninguém está livre da emoção.

E nessa parte do texto eu fico com vontade de agradecer, mas agradecer mesmo, todas as vezes que a emoção é forte demais e sai do controle da razão. É pela emoção que nos sentimos vivos.

Fechado o parênteses - e com uma dificuldade enorme de me focar no objetivo inicial desse texto - começo a pensar na admiração que tenho pelos intuitivos e pelo seu pensamento não linear.

É, minha gente. Era uma vez uma pessoa que ia fazer uma defesa ferrenha de alguma coisa nesse post...

6 comentários:

Kris Arruda disse...

Esse post não tinha outra saída mesmo. Você começa baseando sua racionalidade num instinto...hehehe...

Provar que está errado é uma especialidade do casal aparentemente...hehehe...

Mas realmente, o assunto dá pano pra manga, vivo brigando comigo mesmo...

Anônimo disse...

Pode crer, nem tinha percebido essa gafe inicial! Não entendi nada do segundo parágrafo. Me explica?

Kris Arruda disse...

Pergunta pro seu marido. Um dia ele queria explicar uma coisa pra gente e durante a explicação conseguiu provar que estava errado...hehehe...

Anônimo disse...

Ahnnn... mas sabe que acho essa uma característica legal? Somos pessoas que realmente dialogam, inclusive consigo mesmas. Dialogar significa saber ouvir, o que necessariamente incorre em rever suas posições de vez em quando. Re-flexões, meu caro. Enverga mas não quebra! Rs

Anônimo disse...

A teoria da moda diz que somos irracionais e previsíveis...já ganharam premio nobel defendendo isso...eu já fui "acusado" sim acusado de racional em meio a pessoas que se achavam ligadas ao mundo digamos invisível, e já fui acusado de "viajeiro" em meio a racionais defensores de que a vida pode ser colocada numa planilha excel...afinal, vc poderia me dizer o que eu sou afinal? Este tb é um fim de texto incoerente, como tem que ser..
bj

Anônimo disse...

Bera, o engraçado foi que o Rodrigo me disse bem assim: está errado você partir do pressuposto de que é racional - você não é essa aí, você só pensa que é! Ao que eu prontamente respondi que se eu penso que sou racional e não sou, então eu sou EXATAMENTE essa aí!!! Rs... A pessoa tem que defender sua identidade e sua honra, não é mesmo?