sábado, 3 de janeiro de 2009

Inglaterra

Houve uma forte onda de Pagode nos anos 90.

Minha mãe quis me afastar disso e me mandou pra Londres, pra oxigenar um pouco a cabeça e olhar pra tudo em perspectiva. Funcionou. Foram 6 semanas de solidão que me salvaram de uma das vidas que eu poderia ter tido.

Não foi fácil. Eu era, realmente, uma estrangeira. Uma turista. Eu não cabia. Vi tantas coisas legais, conheci tanta gente, mas era como se eu estivesse alheia a tudo, numa bolha.

Lá eu não fui cosmopolita e independente como eu me orgulharia de ter sido. Lá as minhas velhas táticas não funcionavam. Lá eu não conquistei tudo o que quis. Lá eu poderia ter fortalecido algumas boas amizades. O problema é que lá, bem no fundo, eu queria estar aqui.

Mas eu não estava aqui, então eu tive que me virar.

Com isso descobri que eu sou capaz de me adaptar. Descobri que os limites que parecem existir pras nossas ações são, muitas vezes, criados por nós mesmos (e há muito terreno do outro lado da cerca). Me comportei de formas diferentes que ainda continuam disponíveis, se assim eu escolher.

A Inglaterra me ampliou os horizontes em todos os sentidos. Fez com que eu me encontrasse, pelo meu oposto.

E fez com que eu voltasse ainda mais brasileira, mas gostando menos de pagode.

Assim, alguns dias depois, eu fiz o que tinha que fazer...

Um comentário:

Anônimo disse...

Não me diga que você fazia parte de um grupo de pagode...rs