segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sobre mulheres e geriatras

"Nunca é tarde para amar" é uma comédia romântica bem divertida que está passando nos cinemas. Especialmente pela presença da personagem mãe-natureza interagindo a todo mometo com a Michele Pfeifer.

Envelhecer é algo que aterroriza as mulheres mais novas, mas não causa o mesmo efeito nas mulheres mais velhas. Foi o que disse a geriatra da minha mãe.

Se você for otimista, como eu, pensará "Que bom! Então as coisas vão se tornando mais tranquilas ao longo do tempo! As pessoas devem ir encontrando formas de serem felizes!".

Não, não era isso. O que ela quis dizer foi que as mulheres de gerações passadas não tinham problemas com a velhice. Ser bonita era necessário apenas até o casamento. Depois, marido, filhos, gorduras localizadas e rugas, tudo fazia parte da evolução natural (veja que ironia essa frase contendo "rugas" ser colocada no pretérito imperfeito do indicativo).

As mulheres de agora - resultados do pós feminismo, do foco na carreira e de seus adiamentos característicos, da solidão e da prontidão para entrar novamente, sempre que necessário, no mercado das conquistas amorosas e sexuais - essas são as que sofrem com o tema.

E todo mundo já percebeu. Não é necessário dizer que quem é vivo enxerga, em toda crise, oportunidades. Daí o bombardeio, o círculo vicioso, a expansão da neura para faixas etárias cada vez mais novas. São inumeráveis os produtos e serviços vendidos e as histórias de violências auto-cometidas.

E segue a infelicidade constante, fabricada e cultivada, movimentando a economia e empregando milhões de pessoas em todo o mundo.

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