quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Mudança de Atitude - Enviando Currículos

É incrível como situações que podem parecer extremamente desconfortáveis, com uma pequena mudança de atitude, tornam-se até prazerosas.

Preparar e enviar currículos, por exemplo. Meus momentos dedicados a essa atividade sempre foram de angústia, muita auto-cobrança, ansiedade e uma mal velada auto-desvalorização.

Sempre havia "as empresas nas quais eu não trabalhei", "os cursos que deixei de fazer", "o espanhol que não pratiquei", "a faculdade que poderia ter sido muito melhor", "a pós que poderia ter sido acadêmica", etc, etc, etc.

Mas eis que, dessa vez, as coisas mudaram. O primeiro currículo que enviei dessa leva solicitava que fosse anexada uma carta de apresentação que contasse sobre minhas experiências e meus resultados, na área pra qual estava me candidatando.

Então um milagre aconteceu. Comecei a escrever e me dei conta de que realmente fiz uma série de coisas legais, muitas vezes com poucos ou nenhum recurso. Quando o medo de ser "pouco" bateu, eu lembrei de me orgulhar do que já pude fazer.

Lembrei de lembrar que são trabalhos respeitáveis, sim, mas de uma pessoa com menos de 10 anos de vida profissional - e que, portanto, meu perfil pode perfeitamente não ser suficiente para a posição em questão, no julgamento da pessoa que está me avaliando. Sim, existem caminhos a percorrer, qual é a novidade?

Aos poucos a leveza foi tomando conta da pessoa e enviar currículos foi se transmutando num exercício de autoconhecimento e desprendimento - tranquilo assim, com o tilintar das fichas caindo. Mas não adianta: a gente só aprende quando a gente aprende.

Nunca mais envio um currículo sem escrever uma carta de apresentação pra acompanhar. Nada como quebrar a dureza das listas com um contrapeso qualitativo.

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