sábado, 25 de outubro de 2008

Fotografia Literal 1 - encarando o desafio

No rastro de Laganaro, Kris e outros, publico minha fotografia falada. Convido Bera, Lilian e Gabriel para fazerem o mesmo. Continua meu movimento pró-blog dos amigos, que nessa hora fazem uma falta danada!

No verso, "primavera de 2008".

Hoje estou numa fase boa da minha vida. Me sinto reconhecida (inclusive por mim mesma, vejam que raro!) e recompensada por meu trabalho. Me sinto relevante e não sou explorada - uau! Estou prestes a conquistar (with a little help) algo que desde muito cedo eu encomendei para meus 30 anos: com direito a terraço, lua e, quem sabe?, brisa entrando pela cortina esvoaçante (o saxofone eu resolvi mesmo deixar pra lá).

Ainda não equilibrei vida profissional e vida pessoal - continua sendo um projeto futuro daqueles, assim, bem suaves, tênues, sem contar com tanto esforço para sua realização. Talvez por eu não confiar de verdade. Talvez - mais provável - por eu não querer de verdade.

Sabe o que é? É que as fases ruins da vida não passam impunemente. Me convenci - em camadas profundas demais para não serem sentidos os reflexos em tudo - de que trabalhar, pensar, arquitetar, realizar, era algo para os quais eu tinha mais talento do que para cativar, aproveitar, seduzir, curtir. Pode parecer estranho, mas minha zona de conforto está mais lá do que cá. Confesso que sinto inveja e admiração pelos outros que, nesse sentido, conseguem não ser eu.

Sinto saudades de várias coisas, mas não me arrependo de nada. Não por qualquer princípio normatizador ou qualquer racionalização besta, mas porque, apesar de perdida muitas vezes, acabei fazendo escolhas com "E" maiúsculo, pensadas e combinantes comigo. E isso me tranquiliza.

Às vezes quero mais do que minhas censuras internas permitem. Procuro não reprimir, mas também não realizar. Brinco. Faço com que a fantasia dê conta de realizar o desejo que não pode ser realizado. Conservo a criança para não desestruturar o adulto. E minha vida segue nos eixos...

Não existe um vulcão dentro de mim - pelo menos não um que eu, até agora, não tenha conseguido conter em suas erupções. Mas acho lindo todo aquele magma. Por isso sou fascinada pela pessoas intensas, pelas discussões acaloradas, por "ser inteiro".

Gosto. Desde que nada seja inventado, desde que sinta que tudo é verdadeiro.

3 comentários:

Kris Arruda disse...

legal que teve coragem. Te confesso que não sabia o que achava da minha quando terminei. Não é das coisas fáceis olhar o maldito espelho que nunca mente.

Mas gostei muito da sua. Você é "fotogênica"...

Bjos...

Anônimo disse...

Valeu, Kris. Beleza interior deve ser isso, né? rs

Anônimo disse...

Obrigada por compartilhar isso comigo. Dá um medinho de escrever e mais ainda de publicar, mas é daquelas experiências que te fazem sentir mais leve depois.